Um vídeo que circula nas redes sociais mostrando o padre Luciano Braga Simplício, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, com a noiva de um fiel em uma casa paroquial de Nova Maringá, a 392 km de Cuiabá, gerou grande repercussão na cidade de pouco mais de 5 mil habitantes. As imagens, registradas na segunda-feira (13), levantaram questionamentos sobre a conduta do sacerdote e possíveis consequências dentro da Igreja Católica.
As cenas mostram o noivo arrombando a porta do quarto e do banheiro após o padre se recusar a abri-las, encontrando a jovem de 21 anos chorando embaixo da pia do banheiro. Em um áudio atribuído a Luciano e compartilhado nas redes sociais, ele nega qualquer envolvimento com a mulher, afirmando que ela apenas pediu permissão para usar o quarto externo da casa paroquial para trocar de roupa e tomar banho, pois havia trabalhado na igreja pela manhã. A reportagem tentou contato com o padre, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
A Diocese de Diamantino (MT), responsável pela paróquia, informou que abriu uma investigação sobre a conduta do padre Luciano nesta terça-feira (14). Segundo o Código de Direito Canônico de 1983, promulgado pelo Papa João Paulo II, padres do rito latino são proibidos de manter relações afetivas ou sexuais, e a violação desse compromisso é considerada uma infração grave, capaz de comprometer a credibilidade do sacerdote e o testemunho da Igreja perante a comunidade.
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O Código prevê medidas disciplinares que variam de advertências formais a suspensão das funções clericais. Em casos mais graves ou reincidentes, a penalidade pode chegar à redução ao estado laical, quando o sacerdote deixa de exercer o ministério. A responsabilidade pela investigação e aplicação de sanções cabe ao bispo diocesano, que decidirá se o caso será tratado localmente ou encaminhado à Congregação para o Clero, no Vaticano. Além disso, a Igreja busca acompanhar o clérigo e a comunidade afetada para reparar o escândalo e restaurar a confiança, dependendo da comprovação dos fatos, do contexto, como consentimento e gravidade, e do julgamento eclesiástico.
A reportagem entrou em contato com o Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Cuiabá para esclarecimentos sobre o julgamento, mas a instituição informou que casos como esse são avaliados em “segredo de ofício” e não quis se manifestar.
A jovem de 21 anos envolvida no caso registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil na segunda-feira (13), denunciando a divulgação indevida das imagens. A investigação policial está em andamento para apurar as circunstâncias do ocorrido.
O caso continua gerando debates na pequena cidade de Nova Maringá, enquanto as autoridades eclesiásticas e civis trabalham para esclarecer os fatos e determinar as responsabilidades.
Com informações do portal g1.