Geral - -
Patrocinadora do São João de CG, Bet 7K é investigada em operação que prendeu Buzeira e contador ligado ao PCC
Termômetro da Política
Compartilhe:

A casa de apostas esportivas Bet 7K, que firmou contrato de patrocínio para o Maior São João do Mundo de 2025, promovido pela Prefeitura de Campina Grande, está no centro das investigações da Operação Narco Bet, deflagrada pela Polícia Federal nesta semana. A ação culminou na prisão do influenciador Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira, e do contador Rodrigo de Paula Morgado, suspeitos de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas, com ligações ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O juiz federal Roberto Lemos dos Santos Filho determinou o sequestro de bens do Grupo Ana Gaming, representante da Bet 7K, no valor de até R$ 631 milhões.

Bet 7K foi uma das principais patrocinadoras da edição deste ano do Maior São João do Mundo
Bet 7K foi uma das principais patrocinadoras da edição deste ano do Maior São João do Mundo (Foto: Divulgação/Maior São João do Mundo)

Esquema sofisticado de lavagem

A Polícia Federal identificou um esquema transnacional de lavagem de dinheiro envolvendo transferências milionárias em criptomoedas, realizadas “às margens do sistema financeiro oficial”. Segundo o delegado Raphael Soares Astini, “a conduta delineada no relatório aponta para um esquema transnacional altamente sofisticado, voltado à ocultação patrimonial e reintegração de recursos ilícitos no circuito econômico regular”. Morgado, apontado como operador logístico-financeiro, teria movimentado R$ 313 milhões em uma rede de tráfico de drogas para a Europa, utilizando empresas de fachada e intermediadores para mascarar a origem ilícita dos recursos.

Leia também
Gastos com São João na Paraíba crescem 80% entre 2023 e 2025, aponta TCE-PB

A PF destacou: “Rodrigo Morgado, direta ou indiretamente, estruturou e coordenou transações milionárias destinadas ao setor de apostas on-line, utilizando uma rede de empresas de fachada, intermediadores de pagamento e pessoas interpostas para mascarar a origem ilícita dos recursos”. Morgado já havia sido preso em abril, durante a Operação Narco Vela, relacionada ao transporte de 3 toneladas de cocaína, e atuava como “banco particular” de investigados, convertendo valores em criptomoedas e repassando a terceiros.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) alertou sobre movimentações suspeitas de Morgado, que, ao lado do Grupo Ana Gaming e de Gustavo Afonso Ribeiro e Lacerda, conhecido como “Feio” ou “Brabo”, integrou o esquema.

Conexão com Buzeira

Buzeira, que acumula 13 milhões de seguidores nas redes sociais, foi preso por lavagem de dinheiro. Sua empresa, Buzeira Digital, recebeu R$ 19,7 milhões diretamente de Morgado. Juntos, eles participaram da aquisição de empresas como a RR Participações, por R$ 5 milhões, para obter licenças de plataformas de apostas como BRX.BET e RICO.BET. A PF também identificou a criação de novas empresas, como BRX Gaming, Bilibank, Vision Farma e Adega Roleta, destinadas à ocultação de bens.

Defesas negam acusações

O Grupo Ana Gaming negou qualquer ligação com Buzeira. A defesa de Morgado, representada pelo advogado Filipe Pires de Campos, afirmou: “O Sr. Rodrigo Morgado nega categoricamente todas as acusações que lhe foram imputadas. Ressalta-se que ele possui milhares de documentos fiscais, contábeis e outros registros que comprovam o exercício regular e lícito de suas atividades profissionais, sem qualquer vínculo com o tráfico internacional de drogas”. Já a defesa de Buzeira, conduzida pelo advogado Jonas Reis, declarou: “Não há, até o presente momento, qualquer elemento concreto que comprove envolvimento do influenciador em atividades ilícitas”, reforçando a presunção de inocência.

Com informações do Estadão.

Compartilhe: