Na manhã desta sexta-feira (24), a Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo deflagraram uma operação com 25 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de planejar o assassinato do promotor de Justiça Lincoln Gakiya e do coordenador de presídios Roberto Medina, responsável por unidades prisionais da Região Oeste do estado. A Justiça também autorizou a quebra dos sigilos telefônico e telemático dos investigados para identificar outros possíveis envolvidos. Segundo a Polícia Civil, a ordem para os ataques partiu da facção Primeiro Comando da Capital (PCC).

Os mandados estão sendo cumpridos em Presidente Prudente (11), Álvares Machado (6), Martinópolis (2), Pirapozinho (2), Presidente Venceslau (2), Presidente Bernardes (1) e Santo Anastácio (1). A investigação, conduzida pela Seccional de Presidente Prudente, começou em julho, após a prisão em flagrante de Vitor Hugo da Silva, conhecido como VH, por tráfico de drogas. A análise de seu celular revelou um plano para matar Medina, com detalhes como fotos e vídeos do trajeto diário do coordenador de presídios entre casa e trabalho. Áudios encontrados indicavam a preocupação dos suspeitos em evitar câmeras nas proximidades da residência de Medina.
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A partir da prisão de VH, os investigadores chegaram a Wellison Rodrigo Bispo de Almeida, conhecido como Corinthinha, também ligado ao PCC. Preso durante as investigações, Wellison residia em Martinópolis, mas alugara uma chácara em Presidente Bernardes, a 53 km de distância, supostamente para monitorar Medina a mando da facção. Ele alegou estar fugindo de um policial que o ameaçara de morte, mas a polícia contesta essa versão.
Outro suspeito, Sérgio Garcia da Silva, conhecido como Messi, foi preso em 26 de setembro por tráfico de drogas. No celular dele, escondido sob um travesseiro, foram encontradas conversas que confirmavam seu envolvimento no plano contra Medina e Gakiya, incluindo prints do trajeto do promotor entre casa e trabalho. As investigações apontaram que os suspeitos alugaram uma casa a menos de um quilômetro do condomínio onde Gakiya reside, em Presidente Prudente, usada também como ponto de distribuição de drogas. Os investigadores acreditam que o ataque ao promotor seria executado no caminho para o trabalho.
Embora a polícia não veja, por enquanto, conexão entre esse plano e o assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, um detalhe chama atenção: os bandidos começaram a monitorar Medina e Gakiya em meados de julho, período coincidente com o início do acompanhamento dos assassinos de Fontes em Praia Grande.
Com informações do portal g1.