O Hospital Santa Rita, em Vitória, Espírito Santo, fechou um de seus três centros cirúrgicos devido a um surto de contaminação, informou a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) nesta segunda-feira (27). A ala afetada, voltada para procedimentos oncológicos do Sistema Único de Saúde (SUS), registrou 33 casos confirmados entre funcionários e acompanhantes, com seis internados (três em UTI e três em enfermaria) e dois com alta.

Outros 12 casos suspeitos de acompanhantes, internados em enfermarias da Grande Vitória, estão em investigação. “A doença é restrita, não há risco para a população em torno do hospital. Todos os casos são de funcionários e acompanhantes que estiveram nesse setor”, afirmou a coordenadora de Controle de Infecção Hospitalar do Santa Rita, Carolina Salume.
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A Sesa destacou que a contaminação, cujos primeiros sintomas surgiram em 13 de outubro, não é transmitida entre pessoas e não afetou pacientes oncológicos, que foram transferidos para outra ala após processos de higienização. Os sintomas iniciais incluíram febre, dor de cabeça, dor no corpo e mal-estar, evoluindo para dor torácica entre os dias 17 e 19, quando os funcionários buscaram atendimento. Exames de imagem revelaram padrões semelhantes nas tomografias, alertando para um agente infeccioso diferente. “Não acreditamos que seja um novo agente, é um agente conhecido, mas que ainda não conseguimos determinar. Amostras foram coletadas, tanto no ambiente quanto de pacientes, mas elas ainda não foram liberadas, é um processo que demora”, explicou Salume.
Dois técnicos do Ministério da Saúde estão em Vitória, acompanhando o caso em uma sala de situação montada no hospital, considerada uma medida “de praxe” em casos de contaminação hospitalar. A principal hipótese é que uma bactéria ou fungo, possivelmente ligado a falhas nos sistemas de água ou ar-condicionado, seja a causa. O Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES) realiza testes, com resultados esperados até o fim da próxima semana. “Eliminamos boa parte dos vírus, identificamos que não é Covid-19, nem Influenza A e B. Ainda estamos investigando, pode ter sido alguma coisa trazida para o hospital, mas isso não tem como concluir”, afirmou o secretário de Saúde estadual, Tyago Hoffmann.
O centro cirúrgico próximo à ala contaminada, com cerca de 40 leitos para pacientes clínicos e cirúrgicos do SUS, foi fechado por precaução, mas os outros dois centros funcionam normalmente, sem cancelamento de cirurgias ou procedimentos. A Sesa abriu uma sindicância para apurar a responsabilidade do hospital e emitirá boletins diários com atualizações sobre internações. Desde 22 de outubro, novas internações não foram realizadas no Santa Rita.
A Sesa divulgou uma nota técnica no domingo (26) com orientações para evitar novos casos, incluindo evitar visitas a pacientes suspeitos, limitar movimentações desnecessárias, reforçar a higiene das mãos e especificar exames e amostras para identificação do agente. Hospitais da Grande Vitória, como Unimed Vitória e Vitória Apart, na Serra, adotaram medidas como uso obrigatório de máscaras em áreas assistenciais e monitoramento de profissionais que estiveram no Santa Rita.
O Ministério da Saúde foi procurado para esclarecimentos sobre sua atuação, mas não respondeu até a última atualização desta matéria.
Com informações do portal g1.