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Morre aos 79 anos Sergio Bermudes, um dos maiores advogados do Brasil
Termômetro da Política
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O renomado advogado Sergio Bermudes morreu nesta segunda-feira (27), aos 79 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital Copa Star, em Copacabana, Zona Sul da cidade. “O Hospital Copa Star informa, com pesar, o falecimento do Sr. Sergio Bermudes na tarde desta segunda-feira e se solidariza com a família e amigos neste momento de dor. O hospital também informa que não tem autorização da família para divulgar mais detalhes”, comunicou a unidade de saúde em nota oficial.

Um dos marcos da carreira de Sergio Bermudes foi a atuação, na década de 1970, na petição inicial da causa movida pela viúva de Vladimir Herzog contra a Ditadura Militar (Foto: Evelyn Soares/AMAERJ)

Nascido em Cachoeiro de Itapemirim (ES), Bermudes fundou, em 1969, o escritório Sergio Bermudes Advogados, que se consolidou como referência nas áreas de contencioso estratégico, arbitragem e disputas judiciais de alta complexidade, com atuação nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. Um dos marcos de sua carreira foi a atuação, na década de 1970, na petição inicial da causa movida pela viúva de Vladimir Herzog contra a Ditadura Militar, que resultou no reconhecimento oficial de que o jornalista foi assassinado sob custódia do Exército.

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Carreira acadêmica e contribuições ao Direito

Além de sua trajetória na advocacia, Sergio Bermudes destacou-se como professor de Direito. Em 1970, iniciou sua carreira docente como Professor Assistente de Teoria Geral do Estado na Faculdade de Direito da Universidade do Estado da Guanabara e como professor regente da cadeira de Direito Processual Civil na Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas do Rio de Janeiro, onde se tornou titular em 1971, após aprovação pelo Conselho Federal de Educação. Em 1978, assumiu a cadeira de Direito Processual Civil na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), integrando também o Conselho de Desenvolvimento da instituição.

Bermudes participou de inúmeras bancas de concursos para a magistratura, Procuradoria do Estado e do Município do Rio de Janeiro, além de outros cargos públicos. Ao longo de sua carreira, realizou centenas de conferências em faculdades de Direito, seções da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), congressos, seminários e eventos jurídicos no Brasil e no exterior. Em 1985, por nomeação do governo federal, integrou a comissão de cinco processualistas responsável pela revisão do Código de Processo Civil. Também exerceu, por dois anos, o cargo de Juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro.

Repercussão e legado

A morte de Bermudes gerou comoção no meio jurídico. A OAB-RJ decretou luto oficial de três dias em homenagem ao advogado. “Hoje, toda a advocacia do Rio de Janeiro e do Brasil fica orfã de um dos maiores gênios da advocacia nacional. Sergio Bermudes fez história com a sua atuação combativa e a sua cultura inigualável. Ele inspirou muitas gerações de advogados e advogadas, e terá sempre um lugar de destaque no panteão de grandes homens que iluminaram gerações”, declarou a presidente da OAB-RJ, Ana Tereza Basilio.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, também prestou condolências: “O Brasil perdeu hoje Sérgio Bermudes, um dos maiores nomes na advocacia. Sua trajetória foi marcada pela inteligência, pela dedicação ao Direito e pela construção de um dos escritórios mais respeitados do país. Bermudes deixa um legado de excelência profissional e compromisso com a Justiça, que continuará a inspirar gerações. Neste momento de dor, expresso minha solidariedade aos familiares, amigos e colegas de profissão”.

O legado de Sergio Bermudes, marcado por sua excelência profissional e contribuições ao Direito, permanece como inspiração para gerações de advogados e juristas no Brasil.

Com informações do portal g1.

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