As autoridades paranaenses registraram, até o começo da tarde de sábado (8), o socorro a 750 indivíduos em instalações médicas do território, em consequência do furacão que afetou a área central e meridional na véspera. O evento resultou em seis mortes. A localidade mais impactada foi Rio Bonito do Iguaçu, posicionada a aproximadamente 400 quilômetros da capital. Registros da Defesa Civil estadual calculam que cerca de 90% do território citadino registrou algum tipo de prejuízo nas construções.

De acordo com os relatórios governamentais, a maioria dos feridos recebeu cuidados em dois centros hospitalares, uma unidade básica de atendimento (UBS) e uma instituição de ensino superior em Laranjeiras do Sul.
Pacientes em condições críticas estão sendo transferidos para o Hospital Universitário de Cascavel e o Hospital Regional de Guarapuava. Quatro indivíduos necessitaram de procedimentos cirúrgicos.
Em Rio Bonito do Iguaçu, “as estruturas de saúde elas estão todas colapsadas”, disse o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto. Segundo o gestor, apenas um centro de saúde da cidade está aberto. “Um grande movimento das prefeituras do entorno somou uma força tarefa para manter funcionando”, acrescentou o secretário.
O evento atmosférico impactou a porção Centro-Sul do Paraná durante a noite de sexta e recebeu classificação de furacão F3, com rajadas atingindo 250 km por hora, conforme o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), dirigiu-se ao município logo nas primeiras horas do dia. Além das iniciativas para assistência aos desabrigados e aos feridos, ele revelou uma colaboração com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) visando acelerar a avaliação dos danos e adiantar as atividades de restauração.
A contagem geral de indivíduos sem moradia ainda não foi estimada pelas instâncias oficiais. “Agora vamos realizar esse levantamento para que possamos ajudá-las de alguma forma, seja com linhas de crédito, seja com apoio para reconstrução ou para cobrir prejuízos em diversos setores. A cidade está praticamente destruída, o que torna impossível fazer um levantamento detalhado neste momento”, disse o prefeito de Rio Bonito do Iguaçu, Sezar Augusto Bovino.
O mandatário federal Luiz Inácio Lula da Silva divulgou o despacho urgente de grupos da Defesa Civil Nacional treinados em recepção de afetados e em restauração. Ele despachou a titular da pasta de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, para supervisionar as operações in loco.
O Governo do Estado do Paraná decretou neste sábado (8) o regime de calamidade pública em Rio Bonito do Iguaçu, na porção central-sul, depois que o furacão comprometeu em torno de 90% das habitações e estabelecimentos comerciais no perímetro urbano da localidade com cerca de 14 mil habitantes.
“Decretei o estado de calamidade pública, que nos permite dar mais celeridade aos atendimentos e à liberação de recursos. Já determinei que a Cohapar estude estratégias para a reconstrução das moradias e estamos preparando alojamentos para garantir o amparo às famílias”, afirmou o governador Ratinho Junior.
Diferentemente da condição de emergência, proclamada quando a localidade ainda mantém capacidade de reação, o regime de calamidade pública constitui a ação administrativa em cenários onde o efeito do sinistro é tão intenso que a habilidade de reação do poder público local se vê gravemente prejudicada, demandando ações mais abrangentes e imediatas.
O ato de calamidade pública autoriza o executivo estadual a implementar ações urgentes, como a isenção de concorrências, a alocação rápida de verbas e a requisição de assistência nacional.
Com essa disposição, a administração municipal pode requerer, além de fundos federais, recursos do Fundo Estadual de Calamidade Pública e estabelecer acordos de urgência.
Grupos do executivo nacional foram despachados para Rio Bonito do Iguaçu visando apoiar os afetados e analisar a restauração das zonas danificadas. Ocorreram desmoronamentos de construções, prejuízos nas vias públicas e na distribuição de eletricidade, deixando parte dos residentes sem suprimento.
A intempérie recebeu classificação de furacão F3 com rajadas alcançando 250 km por hora, conforme o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
Com informações da Agência Brasil.