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Ricardo Magro volta aos holofotes com megaoperação contra sonegação que tem Grupo Fit como alvo
Termômetro da Política
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O advogado e empresário Ricardo Magro, de 51 anos, retorna ao centro das atenções com a deflagração de uma megaoperação deflagrada nesta quinta-feira (27) pela Receita Federal, que tem como principal alvo o Grupo Fit (antiga Refit), dono da refinaria de Manguinhos, por suspeitas de fraudes tributárias no setor de combustíveis.

Advogado de 51 anos, que reside em Miami desde 2016, comanda refinaria de Manguinhos sob acusações de sonegação e ligações a investigações sobre PCC
Advogado de 51 anos, que reside em Miami desde 2016, comanda refinaria de Manguinhos sob acusações de sonegação e ligações a investigações sobre PCC (Foto: Reprodução)

Paulistano de origem, o empresário ganhou projeção no Rio de Janeiro e, desde 2016, mora em uma área nobre de Miami, nos Estados Unidos. Formado em Direito pela Universidade Paulista (Unip), com pós-graduação em direito tributário, Magro comanda o grupo Refit desde 2008.

Com diversos embates com o fisco ao longo dos anos, Magro atribui o rótulo de “maior devedor de ICMS do país”, na verdade, à uma suposta perseguição institucional por gigantes do setor.

Ele chegou a acusar a Cosan, dona da Shell no Brasil e comandada por Rubens Ometto, de fazer campanha com o Instituto Combustível Legal (ICL), que combate o mercado ilegal, para tirá-lo do setor. À “Folha”, em setembro, o empresário também afirmou ser alvo de perseguição e ameaças do PCC.

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Em 2016, Magro foi um dos alvos da operação Recomeço, deflagrada pela PF e pelo Ministério Público Federal para investigar o desvio de recursos dos fundos de pensão da Petrobras e dos Correios. Também se entregou outro investigado, o ex-diretor do Grupo Galileo Carlos Alberto Peregrino da Silva.

Ex-advogado de Eduardo Cunha, à época afastado da presidência da Câmara dos Deputados, Magro era um dos sócios do Galileo. Em dezembro de 2010, o grupo emitiu debêntures (títulos mobiliários) de R$ 100 milhões para captar recursos para recuperar a Universidade Gama Filho.

Segundo o MPF, as investigações encontraram indícios de que o dinheiro captado foi ilegalmente desviado para outros fins, em especial para contas bancárias dos investigados.

O nome do empresário foi citado em etapas da Operação Carbono Oculto, que investiga a presença do PCC no mercado de combustíveis e chegou até à Faria Lima, centro financeiro de São Paulo.

Embora o Grupo Fit não tenha sido alvo de buscas, documentos oficiais mencionaram a empresa como parte de um fluxo comercial que teria envolvido companhias usadas pela facção.

Magro rejeitou as acusações e disse ter colaborado com autoridades para denunciar práticas criminosas dentro do setor, e que isso o tornou alvo de ameaças e retaliações.

A megaoperação desta quinta-feira, assim como a Operação Carbono Oculto, marcam apenas uma parte das controvérsias envolvendo a dona da refinaria de Manguinhos. Isso porque o Grupo Fit já foi interditado várias vezes pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Ações da ANP colocaram em dúvida a atividade de refino da empresa. Segundo a agência, existiam indícios de que o Grupo Fit estaria importando combustíveis praticamente prontos, como gasolina e diesel, em vez de realizar o processo de refino do petróleo — que justificaria sua operação como refinaria.

O local chegou a ser interditado em setembro. Em outubro, a companhia foi reaberta por determinação da Justiça do Rio de Janeiro. No mesmo mês, no entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou uma nova interdição da Refinaria de Manguinhos, dois dias depois de ela ser reaberta.

Em julho de 2024, o Ministério Público de São Paulo apontou o Grupo Fit como uma das empresas envolvidas em esquemas de sonegação e adulteração de bombas de combustíveis.

Apontada como maior devedora de ICMS em São Paulo e uma das maiores do Rio de Janeiro e da União, a empresa de Magro é investigado por causar prejuízo bilionário aos cofres estaduais e federais.

Mesmo sob a fama de sonegador, o Grupo Fit fechou contratos nos últimos anos para divulgar sua marca de distribuidora, ainda sob a marca Refit. No ano passado, anunciou o patrocínio para a NFL, a maior liga de futebol americano. Em 2021, fez uma linha de combustíveis com a marca UFC, que organiza as lutas de MMA.

Com informações do portal g1.

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