A 2ª Vara Criminal de Santa Isabel, na Grande São Paulo, decidiu manter preso Jonatas Davi Rodrigues, de 31 anos, que atua publicamente como Pietro Rodrigues. A Polícia Civil o classifica como falso biomédico e o investiga por homicídio doloso após a morte da idosa Maria Ribeiro Baptista, de 78 anos, que realizou um procedimento estético facial na clínica dele no último dia 25 de novembro.

Jonatas se entregou na delegacia na tarde de quarta-feira (4), horas após a polícia cumprir mandados de busca e apreensão na clínica e na residência dele. Durante a operação foram apreendidos medicamentos e equipamentos usados nos atendimentos. A clínica não possui alvará sanitário nem qualquer licença de responsabilidade técnica.
O Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região confirmou que Jonatas Davi Rodrigues não é inscrito no órgão e, portanto, não tem habilitação para atuar como biomédico — inclusive na área estética. “Ele estava exercendo a profissão irregularmente. Não era habilitado e isso já é crime”, afirmou a delegada Regina Campanelli, responsável pelo caso.
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A vítima pagou R$ 1.500 pelo procedimento. Segundo o suspeito, Maria o procurou para preenchimento de linhas de marionete (as rugas que descem dos cantos da boca ao queixo). Mensagens analisadas pela polícia, no entanto, indicam que o serviço contratado era a inserção de fios na pele. A delegada aguarda laudo pericial para confirmar exatamente o que foi aplicado — a suspeita principal é ácido hialurônico.
Maria Ribeiro Baptista não contou à família sobre a intervenção. Na véspera, uma das filhas viu a confirmação do agendamento no celular da mãe e pediu que ela consultasse a irmã médica antes de prosseguir. A idosa disse que cancelaria. No dia 25, porém, desmarcou um compromisso com o filho e apareceu horas depois com hematomas no rosto, alegando ter batido em um pilar. Dois dias após o procedimento, apresentou fortes dores abdominais, vômitos e foi levada pela filha à UPA de Santa Isabel já em parada cardiorrespiratória. As manobras de reanimação não surtiram efeito e ela faleceu.
A defesa de Jonatas, representada pelo advogado Erick da Silva, divulgou nota afirmando que o cliente colabora com a Justiça e pretende recorrer da prisão temporária de 30 dias. “A defesa manifesta sua solidariedade à família da Sra. Maria Ribeiro Baptista e reafirma sua plena confiança na análise técnica e imparcial das provas, convicta de que, ao final, ficará demonstrado que Jonatas não deu causa ao óbito da Sra. Maria, sendo restabelecida a verdade dos fatos”, declarou o advogado.
A investigação agora busca esclarecer como o suspeito adquiria os produtos utilizados, já que a compra exige registro profissional. O caso, inicialmente registrado como morte suspeita, passou a ser tratado como homicídio doloso. A causa exata do óbito ainda depende do laudo do Instituto Médico Legal.
Com informações do portal UOL.