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Brasileiro que criou o “Aedes do bem” entra na lista dos dez cientistas mais influentes de 2025 da revista Nature
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O engenheiro agrônomo Luciano Andrade Moreira, da Fiocruz, foi eleito pelos editores da revista Nature um dos dez cientistas que mais marcaram a ciência em 2025. Ele é o único brasileiro na prestigiada “Nature’s 10” deste ano. Moreira lidera há mais de 15 anos as pesquisas que resultaram no Método Wolbachia: mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria natural Wolbachia tornam-se incapazes de transmitir dengue, zika e chikungunya. O mecanismo exato ainda é estudado, mas, segundo a própria Nature, “os cientistas ainda não compreendem o mecanismo, mas a bactéria pode estar competindo com o vírus por recursos ou estimulando a produção de proteínas antivirais”.

Moreira coordena a produção semanal de milhões de ovos de wolbitos que já são liberados em sete municípios brasileiros (Foto: Peter Ilicciev/WMP Brasil/Fiocruz)

Quando os chamados “wolbitos” são soltos em uma cidade, cruzam com mosquitos comuns e passam a bactéria para as novas gerações, criando populações inteiras de Aedes que não transmitem as doenças.

À frente da maior biofábrica de mosquitos do mundo, em Curitiba, criada em parceria entre Fiocruz, Instituto de Biologia Molecular do Paraná e o World Mosquito Program (WMP), Moreira coordena a produção semanal de milhões de ovos de wolbitos que já são liberados em sete municípios brasileiros: Balneário Camboriú (SC), Brasília (DF), Blumenau (SC), Joinville (SC), Luziânia (GO) e Valparaíso de Goiás (GO).

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O Método Wolbachia foi incorporado à estratégia nacional do Ministério da Saúde contra arboviroses, com expansão planejada para cidades escolhidas por altos índices históricos de dengue, zika e chikungunya.

A lista “Nature’s 10” não é um prêmio nem um ranking acadêmico, mas um reconhecimento anual da revista britânica – a mais citada do planeta desde 1869 – às personalidades que mais influenciaram o avanço científico no ano. Em 2023, a ministra Marina Silva já havia sido destaque pelo combate ao desmatamento na Amazônia.

Fonte: Agência Brasil

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