Geral - -
PF mira senador, número 2 da Previdência e filho do Careca do INSS em nova fase de operação contra fraudes bilionárias
Termômetro da Política
Compartilhe:

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (18) uma nova etapa da Operação Sem Desconto, que apura um esquema nacional de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ação resultou na prisão de filhos de investigados anteriores e no afastamento de autoridades ligadas à Previdência.

Senador Weverton Rocha
Senador Weverton Rocha é alvo da operação (Foto: Carlos Moura/Agência Senado)

Entre os alvos está o senador Weverton Rocha (PDT-MA), que teve mandados de busca e apreensão cumpridos em seus endereços. O secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal – ex-chefe de gabinete do senador Weverton e atual número 2 da pasta –, foi afastado do cargo e teve prisão domiciliar decretada.

A PF também prendeu Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS” e já detido desde setembro pelo mesmo esquema, e Éric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis.

Leia também
STF forma maioria contra o marco temporal para demarcação de terras indígenas

A operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mobilizou a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) para cumprir 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares nos estados de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão, além do Distrito Federal.

As investigações, iniciadas em abril, apontam que o esquema criminoso realizou descontos irregulares nos benefícios de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024, com prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões.

O esquema consistia em retirar valores de beneficiários do INSS mensalmente, como se eles tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando, na verdade, não haviam se associado nem autorizado os descontos.

As associações envolvidas prometiam serviços como assistência jurídica para aposentados e descontos em mensalidades de academias e planos de saúde, mas não possuíam estrutura para isso. Ao todo, 11 entidades foram alvos de medidas judiciais, e os contratos com aposentados e pensionistas foram suspensos.

A crise gerada pela investigação levou o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT) a pedir demissão. Ele foi substituído pelo então secretário-executivo Wolney Queiroz, atual titular da pasta.

O governo anunciou, em julho, a devolução dos valores descontados indevidamente em parcela única, sem lista de prioridades. Recentemente, o INSS criou regras para devolver descontos indevidos a herdeiros de aposentados e pensionistas que já morreram.

O prazo para contestar os descontos foi prorrogado: os prejudicados terão até 14 de fevereiro de 2026 para solicitar o reembolso. A contestação pode ser feita exclusivamente pelos seguintes canais:

  • Meu INSS (aplicativo ou site): serviço “Consultar Descontos de Entidades Associativas”;
  • Central 135: ligação gratuita, de segunda a sábado, das 7h às 22h;
  • Correios: mais de 5 mil agências oferecem atendimento assistido e gratuito.

Com informações do portal g1.

Compartilhe: