Após a repercussão nacional do espancamento de um casal de turistas na praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca, os funcionários da barraca envolvida divulgaram um vídeo nas redes sociais para apresentar sua versão dos fatos. Na gravação, realizada na segunda-feira (29), os trabalhadores negaram ter iniciado o conflito e descartaram qualquer motivação homofóbica no episódio. Um dos comerciantes, que preferiu não se identificar, declarou que “a história sempre tem dois lados e vamos apresentar o nosso. Primeiramente, não existiu homofobia, não foi um caso de homofobia. Os caras estão tentando atrelar isso na história e não foi isso”.

De acordo com os barraqueiros, o desentendimento começou por divergências sobre os valores dos serviços e o uso do espaço. Eles afirmam que o casal foi informado desde o início que o aluguel de duas cadeiras e um guarda-sol custava R$ 80, e não R$ 50, como alegado pelos turistas. Os funcionários relataram ainda que os homens aparentavam estar embriagados e teriam tentado impedir que outros clientes se sentassem em frente a eles. Sobre o pagamento, o porta-voz do grupo defendeu o direito de cobrar pelo serviço prestado: “Mas se tu sentar e usar o guarda-sol, velho, tu vai ter que pagar o serviço do guarda-sol, que ninguém aqui tá trabalhando de graça, todo mundo aqui é trabalhador”.
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A versão dos comerciantes aponta que a agressão física teria sido iniciada por um dos turistas contra um funcionário identificado como Dinho, que levava o cardápio para informar os preços. Dinho relatou que “Ele [um dos homens do casal] me agrediu, deu um mata leão em mim. Primeiro deu uma tapa no meu rosto e no cardápio, depois o mata leão. Quando eu estava apagado no chão, os meninos me socorreram”. O grupo também contestou o número de agressores citados pelas vítimas, afirmando que a briga envolveu cerca de quatro ou cinco pessoas, e não trinta.
Por outro lado, Johnny Andrade Barbosa e Cleiton Zanatta, que foram resgatadas por salva-vidas e sofreram ferimentos visíveis no rosto, classificam o caso como um “massacre”. Eles afirmam que foram enganados sobre o preço inicial e agredidos covardemente ao questionarem a cobrança. A dupla anunciou que pretende processar a Prefeitura de Ipojuca e o estado de Pernambuco. Diante do conflito, a gestão municipal suspendeu as atividades da barraca por uma semana e determinou o afastamento dos envolvidos. A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, confirmou que 14 pessoas foram identificadas e disse que o governo trabalha para que os envolvidos “sejam responsabilizados, inclusive criminalmente”.
Com informações de Folha de Pernambuco.