O inquérito policial que investiga os assassinatos de Raphael Canuto da Costa, de 21 anos, e Joyce Correa da Silva, de 19, recebeu novos elementos que detalham o comportamento de Geovanna Proque da Silva, de 21 anos, horas antes do crime. A estudante de medicina veterinária, que está presa preventivamente, enviou mensagens via WhatsApp com ameaças explícitas cerca de cinco horas antes de perseguir e atropelar as vítimas na Zona Sul de São Paulo. Em um dos textos direcionados a pessoas que estavam em uma festa na casa de Raphael, ela afirmou que “se eu for aí essa faca de picanha vai cortar seu pescoço”, referindo-se ao namorado que não atendia suas ligações.

As investigações da Polícia Civil indicam que os crimes, ocorridos na madrugada do último domingo (28), foram motivados por ciúmes. Geovanna começou a enviar mensagens por volta das 22h de sábado, exigindo a retirada de mulheres desconhecidas da residência de Raphael. Em tom agressivo, ela escreveu frases como “eu cansei de ficar sozinha” e “vai beijar o diabo. Tô puta”. Testemunhas relataram que a jovem ameaçou ir ao local para “quebrar ele e tudo que tem aí” caso suas ordens não fossem cumpridas, mesmo após ser informada de que as mulheres presentes eram apenas amigas do rapaz e não possuíam envolvimento amoroso com ele.
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Em depoimento, a madrasta da acusada, a médica Gabrielle Schneid de Pinho, afirmou que acompanhou a enteada até a casa de Raphael por preocupação, alegando que Geovanna trata transtornos de depressão e bipolaridade com medicamentos. Segundo Gabrielle, após uma discussão no local, Raphael saiu de moto e deu carona a Joyce, momento em que a estudante iniciou uma perseguição em alta velocidade. A madrasta relatou ter pedido incessantemente para que ela parasse o veículo, mas “Geovanna não dizia nada e somente dirigia atrás de Raphael”. Câmeras de segurança registraram o instante em que o carro atingiu a traseira da moto, arremessando as vítimas por cerca de 30 metros.
Após a colisão, que também feriu um pedestre e atingiu dois veículos, Geovanna teria dito a conhecidos: “vai socorrer seu amigo e a vagabunda que eu acabei de matar”. Embora tenha alegado informalmente aos policiais militares que tinha consciência de seus atos apesar do uso de antidepressivos, a estudante optou pelo silêncio durante o interrogatório oficial na delegacia. Ela foi indiciada por homicídio doloso duplamente qualificado e lesão corporal, permanecendo detida na Penitenciária Feminina de Santana, enquanto a polícia aguarda os resultados dos exames toxicológicos e avalia se a madrasta cometeu omissão de socorro.
Com informações de portal g1.