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Teia de aranha: como a Ucrânia destruiu 41 aeronaves militares russas usando apenas drones civis
Termômetro da Política
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Em um dos ataques mais audaciosos do conflito com a Rússia, a Ucrânia realizou um ataque sincronizado com drones, resultando na destruição de 41 aviões militares russos, entre eles bombardeiros estratégicos Tu-95 e aeronaves de reconhecimento A-50. Uma ponte também foi atingida.

Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky (Foto: Frame de vídeo/Reprodução/X)

Batizada de “Teia de Aranha”, a operação envolveu o transporte secreto dos drones, camuflados em caminhões, até locais estratégicos dentro do território russo, incluindo bases aéreas em Murmansk, Irkutsk, Ivanovo, Ryazan e Amur. Os equipamentos foram escondidos sob telhados de galpões de madeira e acionados à distância para atingir os objetivos.

O plano foi elaborado ao longo de mais de um ano e meio e executado com o uso de drones FPV (First Person View, ou Visão em Primeira Pessoa). Conforme declarou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, foram empregados 117 dispositivos.

“Hoje, uma operação brilhante foi realizada. Os preparativos levaram mais de um ano e meio. O mais interessante é que o ‘escritório’ da nossa operação em território russo estava localizado bem ao lado da sede do FSB [Federal Security Service, principal agência de segurança da Rússia] em uma de suas regiões. No total, 117 drones foram utilizados na operação, com um número correspondente de operadores envolvidos. 34% dos porta-mísseis de cruzeiro estratégicos estacionados nas bases aéreas foram atingidos. Vamos continuar esse trabalho”, publicou Volodymyr Zelensky na rede social digital X.

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A Rússia classificou os ataques como um ato de terrorismo.

A opção pelos drones FPV se justifica pela precisão dos golpes, baixo custo e dificuldade de detecção e neutralização. Essa estratégia permitiu que a Ucrânia causasse graves danos à aviação estratégica russa, com prejuízos estimados em aproximadamente US$ 7 bilhões, de acordo com a Agência de Segurança Interna ucraniana.

Originalmente desenvolvidos para fins civis, como filmagens de corridas, esses drones pequenos e econômicos foram adaptados pela Ucrânia para uso militar. Sua vantagens incluem simplicidade, eficiência, portabilidade e facilidade de deslocamento para áreas de difícil acesso.

Segundo a agência de notícias Reuters, cada unidade de drone FPV pode custar menos de US$ 500 (cerca de R$ 3 mil), o que viabiliza produção em massa. O alcance varia entre 5 km e 20 km, dependendo do tamanho, bateria e carga útil.

Os modelos convencionais pesam até 3 kg, incluindo ogivas, mas a Ucrânia criou versões especializadas, como o “Baba Yaga” — um drone multirrotor com capacidade para carregar até 15 kg de explosivos e equipado com câmeras térmicas para operações noturnas.

Uma das principais características do drone FPV é sua agilidade em voo, o que complica a interceptação por sistemas antiaéreos. Os aparelhos são operados por pilotos em terra, que recebem imagens em tempo real por meio de fones de ouvido.

O episódio reforça o papel crescente dos drones FPV nos conflitos modernos, demonstrando como tecnologias de baixo custo podem ser reaproveitadas para impactar o equilíbrio de forças em guerras.

A perda de 41 aeronaves representa um golpe significativo para a capacidade ofensiva da Rússia, principalmente em missões de bombardeio de longo alcance.

Com informações do portal g1.

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