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Caso Jeffrey Epstein: grave acusação de Elon Musk acentua crise com Trump
Termômetro da Política
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Em um novo capítulo da crescente disputa entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o bilionário Elon Musk, o dono da Tesla e da rede social X fez uma grave acusação contra o republicano nesta quinta-feira (5). Em uma postagem na plataforma X, Musk afirmou que Trump aparece nos arquivos do caso Jeffrey Epstein, sugerindo que essa seria a razão pela qual os documentos completos do escândalo não foram tornados públicos.

Acusação foi feita horas após Trump (foto) criticar Musk publicamente
Acusação foi feita horas após Trump (foto) criticar Musk publicamente (Foto: Reprodução/X)

“É hora de soltar a bomba realmente grande: @realDonaldTrump está nos arquivos de Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual eles não foram tornados públicos. Tenha um bom dia, DJT!”, escreveu Musk, sem apresentar evidências concretas para embasar a alegação.

A acusação veio horas após Trump criticar Musk publicamente, ameaçando cancelar contratos e subsídios do governo federal com empresas do bilionário, como Tesla e SpaceX, como forma de “economizar bilhões de dólares”. A troca de farpas marca a deterioração de uma relação que já foi próxima, com Musk tendo investido cerca de US$ 275 milhões na campanha presidencial de Trump em 2024 e atuado como conselheiro no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) até sua saída na última semana.

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Jeffrey Epstein, financista bilionário falecido em 2019, foi acusado de operar uma rede de tráfico sexual de menores entre 2002 e 2005, envolvendo mais de 250 meninas em propriedades nos Estados Unidos e em sua ilha particular no Caribe. Epstein se declarou culpado em 2008, cumprindo 13 meses de prisão em um acordo controverso, e foi preso novamente em 2019 por acusações federais, mas morreu em sua cela em um suposto suicídio antes do julgamento. Sua ex-namorada, Ghislaine Maxwell, foi condenada em 2022 a 20 anos de prisão por aliciar menores para a rede de exploração.

Os “arquivos Epstein” referem-se a documentos judiciais, incluindo registros de voos, listas de contatos e evidências coletadas pelo Departamento de Justiça dos EUA. Em fevereiro de 2025, cerca de 200 páginas foram divulgadas, mencionando nomes de figuras públicas, como o ex-presidente Bill Clinton, o príncipe Andrew do Reino Unido e o próprio Trump. Nos registros, o nome de Trump aparece em anotações de voos de maio de 1994, ao lado de sua ex-esposa Marla Maples e sua filha Tiffany. Contudo, investigações não encontraram evidências de que Trump estivesse envolvido nos crimes de Epstein.

A acusação de Musk reacendeu a polêmica em torno do caso, especialmente porque Trump prometeu, durante a campanha de 2024, liberar a íntegra dos documentos para garantir transparência. A procuradora-geral Pam Bondi anunciou em maio de 2025 que revisaria os arquivos, mas a liberação completa ainda não ocorreu, alimentando especulações.

A Casa Branca classificou os comentários de Musk como “lamentáveis”, atribuindo-os à insatisfação do bilionário com o projeto de lei orçamentária de Trump, apelidado de “One Big Beautiful Bill”. A legislação, que prevê cortes de impostos e reformas em programas sociais, foi criticada por Musk como uma “abominação repugnante” que aumenta o déficit federal. A porta-voz Karoline Leavitt defendeu que Trump está focado em “tornar o país grande novamente” e minimizou a disputa.

A postagem de Musk gerou forte repercussão, alcançando mais de 44 milhões de visualizações, e intensificou a crise entre os ex-aliados. O bilionário também insinuou que a “verdade virá à tona” e criticou Trump por “ingratidão”, afirmando que sua ajuda foi crucial para a vitória republicana em 2024. Trump, por sua vez, acusou Musk de “enlouquecer” após a retirada de incentivos para veículos elétricos, que impactam diretamente a Tesla. As ações da montadora caíram 14% após o embate, resultando em uma perda de US$ 150 bilhões em valor de mercado.

O caso Epstein, com suas conexões com a elite global, continua a gerar controvérsias. Embora nomes como Clinton e o príncipe Andrew tenham sido citados, ambos negam envolvimento em crimes. A ausência de provas concretas contra Trump nos documentos já divulgados levanta dúvidas sobre a veracidade da acusação de Musk, que pode estar mais ligada à escalada de tensões pessoais e políticas do que a fatos novos. Analistas sugerem que a briga pode impactar a base republicana, com Musk ameaçando financiar candidatos alternativos em 2026.

Enquanto o embate domina as redes sociais, o Departamento de Justiça não se pronunciou sobre novas liberações de documentos, e a Casa Branca mantém silêncio sobre as alegações específicas. A guerra pública entre Trump e Musk promete manter o caso Epstein no centro das atenções, com desdobramentos que podem afetar tanto a política quanto o mercado financeiro americano.

Com informações dos portais: BBC News Brasil, UOL , G1, Valor Econômico, CNN Brasil e Poder360.

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