O Parlamento iraniano aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz como retaliação aos bombardeios norte-americanos contra instalações nucleares do país, conforme reportado por veículos de comunicação locais. A decisão, que ainda depende de aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo aiatolá Khamenei para ser implementada, afetaria cerca de 20% do comércio global de petróleo.
A medida representa uma resposta direta aos ataques ordenados pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que atingiram três complexos nucleares iranianos. A área estratégica, protegida pela 5ª Frota da Marinha americana sediada no Bahrein, é considerada vital para o transporte marítimo de combustíveis.
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A possibilidade de bloqueio já provocou turbulências nos preços do petróleo desde o início das tensões em 13 de junho:
Analistas do JPMorgan alertam que o fechamento efetivo poderia elevar as cotações para a faixa de US$ 120-130 por barril, repetindo o cenário de volatilidade observado após a invasão russa da Ucrânia em 2022.
Embora o Irã tenha ameaçado repetidamente bloquear a passagem – como em 2019 após a saída dos EUA do acordo nuclear -, esta é a primeira vez que a medida avança no processo legislativo. A rota, com apenas 33 km em seu ponto mais estreito, é crucial para exportações de membros da OPEP como Arábia Saudita, Iraque e os Emirados Árabes Unidos, que já desenvolvem alternativas logísticas.
Dados da Vortexa indicam que entre 17,8 e 20,8 milhões de barris diários transitaram pelo estreito recentemente, incluindo quase toda a produção de gás natural liquefeito do Catar. Apesar da capacidade ociosa de 2,6 milhões de barris/dia em oleodutos regionais (segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA), o bloqueio teria impactos imediatos no abastecimento global.
O Estreito de Ormuz liga o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã, com canais de navegação de apenas 3 km de largura em cada direção. Sua importância estratégica mantém a região sob constante monitoramento militar e diplomático.
Com informações do portal g1.