O reverendo Jimmy Swaggart, que saiu dos sertões da Louisiana para se tornar um televangelista de alcance global, pregando sobre uma luta eterna entre o bem e o mal e alertando sobre as tentações da carne — um tema que se refletiu em sua própria vida em um escândalo sexual — morreu nessa terça-feira (1). Ele tinha 90 anos.
Sua morte foi anunciada pela Jimmy Swaggart Ministries, em Baton Rouge, Louisiana. Nenhum outro detalhe foi divulgado. Swaggart havia sido internado em terapia intensiva após sofrer um ataque cardíaco no dia 15 de junho, conforme informado por seu filho, Donnie Swaggart, também pastor, durante um culto de oração na manhã daquele dia na sede da família. “Sem um milagre, seu tempo é curto”, ele foi citado como tendo dito.
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A voz e a paixão de Swaggart o levaram à fama e a riquezas que ele dificilmente poderia ter imaginado em sua infância numa cidade pequena. No auge, em meados da década de 1980, a Jimmy Swaggart Worldwide Ministries estava presente na televisão em mais de 140 países e, junto com sua escola bíblica, arrecadava até meio milhão de dólares por dia em doações e vendas de cursos bíblicos, música gospel e produtos.
Em seu apogeu, Swaggart percorria o palco como um urso, sua voz trovejando de emoção, baixando para quase um sussurro e depois subindo novamente — às vezes acompanhada por lágrimas, tanto suas quanto de seus seguidores — enquanto falava de seu amor por Deus e seu desprezo pelo Diabo.
“Satã, você vai apanhar!” era um típico aquecimento de Swaggart.
Mas o Diabo pode ter vencido algumas rodadas. Em outubro de 1987, Swaggart foi fotografado entrando em um motel de Nova Orleans com uma mulher. Em uma entrevista televisiva posterior, a mulher afirmou que eles tiveram vários encontros, descrevendo-os como “pornográficos”, mas sem relação sexual.
No início do ano seguinte, as Assembleias de Deus, a grande organização pentecostal sob cujos auspícios Swaggart ministrava, suspendeu-o de pregar por um ano e ordenou que ele passasse por reabilitação.
Reportagem do The New York Times.