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Elon Musk provoca Trump com críticas sobre arquivos Epstein
Termômetro da Política
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Na manhã desta terça-feira, 8 de julho de 2025, o bilionário Elon Musk, dono da plataforma X, reacendeu a polêmica com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao publicar uma postagem provocativa. Às 15h33 (horário de Brasília), Musk escreveu: “Como as pessoas podem confiar em Trump se ele não libera os arquivos Epstein?”. A mensagem, que rapidamente ganhou tração na rede social, intensificou a já conturbada relação entre os dois, marcada por recentes embates públicos.

Provocação de Musk ocorre em meio a uma escalada de agressões na sua relação com Trump (Foto: Reprodução/Instagram)

Horas antes, às 14h28, Musk havia compartilhado outra postagem crítica, apontando que o governo americano “prendeu (e matou) Peanut, mas não tentou sequer abrir processos contra ninguém da lista de clientes de Epstein”. Ele complementou: “O governo está profundamente quebrado”. A menção a “Peanut” refere-se a um caso recente que gerou controvérsia, mas o foco de Musk estava na ausência de ação judicial contra figuras ligadas a Jeffrey Epstein, o financista condenado por crimes sexuais que morreu em 2019.

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A provocação de Musk ocorre em meio a uma deterioração pública de sua relação com Trump. O bilionário, que já foi um aliado próximo e financiador da campanha presidencial de Trump em 2024, rompeu laços após discordâncias sobre a política fiscal do governo, especialmente o projeto apelidado por Trump de “One Big Beautiful Bill”. A postagem de Musk sugere que a não liberação completa dos arquivos Epstein seria motivada por interesses pessoais de Trump, embora ele não tenha apresentado evidências concretas para sustentar a acusação.

A Casa Branca, por meio da secretária de imprensa Karoline Leavitt, já havia respondido a alegações semelhantes de Musk em ocasiões anteriores, classificando-as como “um episódio lamentável” e negando qualquer tentativa de ocultar documentos. Trump, por sua vez, tem negado repetidamente qualquer envolvimento ilícito com Epstein, afirmando que não era próximo do financista e que o expulsou de seu clube de golfe em Palm Beach anos atrás.

O caso dos arquivos Epstein

Os “arquivos Epstein” referem-se a uma coleção de documentos compilados por autoridades federais americanas durante investigações sobre Jeffrey Epstein, financista acusado de tráfico sexual de menores. Esses arquivos incluem registros judiciais, listas de contatos, depoimentos e logs de voos do jato privado de Epstein, conhecido como “Lolita Express”. Embora milhares de páginas tenham sido liberadas desde janeiro de 2024, em decorrência de ações judiciais, como a movida por Virginia Giuffre contra Ghislaine Maxwell, associada de Epstein, partes dos documentos permanecem seladas.

A polêmica em torno dos arquivos ganhou força devido à menção de nomes de figuras públicas, como Trump, o ex-presidente Bill Clinton e o príncipe Andrew, em registros já divulgados, como logs de voos e um “livro preto” de contatos de Epstein. No entanto, a presença de um nome nesses documentos não implica necessariamente envolvimento em crimes, já que muitos citados não foram acusados de qualquer irregularidade. Em fevereiro de 2025, a procuradora-geral Pam Bondi, indicada por Trump, liberou cerca de 200 páginas de documentos, mas afirmou que o FBI reteve informações adicionais, o que alimentou especulações sobre a existência de uma suposta “lista de clientes” de Epstein.

Musk, em postagens anteriores, já havia sugerido, sem provas, que Trump estaria nos arquivos ainda não liberados, uma alegação que ecoa teorias conspiratórias populares entre alguns setores da base de apoio do presidente. A Casa Branca e aliados de Trump, como o vice-presidente JD Vance, refutaram as acusações, destacando que Musk apoiou Trump durante meses antes de fazer tais alegações. A controvérsia continua a alimentar debates sobre transparência e a relação entre figuras poderosas e o caso Epstein, mantendo o tema como um ponto de tensão política nos EUA.

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