A Rússia desferiu um ataque massivo contra a Ucrânia, utilizando um número recorde de 728 drones em uma única noite. A ofensiva ocorreu pouco depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar o envio de mais armamentos defensivos a Kiev e fazer uma crítica direta e pouco usual ao líder russo, Vladimir Putin. De acordo com a Força Aérea ucraniana, que divulgou a informação pelo Telegram, a defesa antiaérea do país conseguiu interceptar quase todos os drones, incluindo por meio de sistemas de bloqueio eletrônico.
O bombardeio, que se soma a uma série de ataques aéreos intensificados nas últimas semanas, reforçou a necessidade de sanções mais duras contra as fontes de financiamento da guerra da Rússia, incluindo compradores de petróleo russo, afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também pelo Telegram. Nesta terça-feira (8), Trump declarou que avalia apoiar um projeto de lei no Senado que prevê medidas punitivas severas contra a Rússia, como a imposição de tarifas de 500% sobre países que adquirem petróleo, gás, urânio e outros produtos exportados por Moscou.
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Questionado por um jornalista sobre quais ações tomaria contra Putin, Trump respondeu: “Não vou revelar. Queremos manter um elemento de surpresa.” Enquanto isso, a Europa prepara um novo pacote de sanções contra o governo russo.
Trump, que retornou à presidência neste ano com a promessa de encerrar rapidamente a guerra na Ucrânia, alterou o tom da política externa norte-americana, reduzindo o apoio irrestrito a Kiev e passando a acatar parte das justificativas de Moscou para a invasão em larga escala iniciada em 2022. No entanto, as primeiras rodadas de negociações entre Rússia e Ucrânia ainda não renderam avanços significativos, com Moscou rejeitando a proposta de cessar-fogo incondicional apresentada por Trump e aceita por Kiev.
A promessa de Trump de ampliar o fornecimento de armas defensivas reverteu uma decisão recente do Pentágono de suspender o envio de munições essenciais à Ucrânia, mesmo diante do aumento dos ataques russos, que têm gerado temor na capital ucraniana. Após o anúncio, Zelensky afirmou ter determinado a ampliação dos contatos com os EUA para assegurar a entrega de suprimentos militares vitais, especialmente para a defesa aérea.
O enviado especial de Trump para a Ucrânia, Keith Kellogg, deve chegar a Roma ainda nesta quarta-feira para participar de uma conferência internacional de apoio a Kiev, nos dias 10 e 11 de julho, com a presença de Zelensky e aliados europeus.
Enquanto isso, moradores de Kiev e de outras grandes cidades passaram a noite em abrigos antiaéreos, incluindo estações de metrô. Parte dos ataques noturnos russos teve como alvo uma região no oeste da Ucrânia, próxima à Polônia, membro da Otan. A cidade de Lutsk, localizada a cerca de 200 km da fronteira polonesa, foi um dos principais focos da investida, segundo Zelensky, que citou ainda outras dez províncias afetadas.
Aviões de combate poloneses e de nações aliadas foram mobilizados para garantir a segurança do espaço aéreo, conforme informou o Comando Operacional das Forças Armadas da Polônia. Autoridades locais relataram danos a edificações em Lutsk, cidade com 200 mil habitantes, mas não houve registros de vítimas no que foi considerado o maior ataque aéreo desde o início da guerra na região.
Fonte: Agência Brasil