O presidente norte-americano Donald Trump anunciou neste sábado (12) a imposição de tarifas de 30% sobre produtos da União Europeia e do México, medida que entrará em vigor em 1º de agosto. A decisão, divulgada em cartas publicadas em sua rede social Truth Social, marca o fracasso de semanas de negociações comerciais com esses parceiros estratégicos dos Estados Unidos.
As cartas, endereçadas à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e à presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, seguem o mesmo padrão de comunicações enviadas a outros 23 países nesta semana, incluindo Canadá, Japão e Brasil. Os documentos estabelecem alíquotas que variam de 20% a 50%, com destaque para uma taxa específica de 50% sobre o cobre.
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A UE, que esperava concluir um acordo comercial abrangente para todo o bloco de 27 países, recebeu a exigência de abandonar suas próprias tarifas como condição para futuras negociações. Fontes europeias avaliaram as ameaças como tática de negociação, segundo informações à Reuters.
“A União Europeia permitirá o acesso completo e aberto ao mercado dos Estados Unidos, sem que nenhuma tarifa seja cobrada de nós, em uma tentativa de reduzir o grande déficit comercial”, escreveu Trump.
Von der Leyen alertou que as medidas prejudicariam cadeias produtivas transatlânticas, afetando empresas e consumidores de ambos os lados do oceano. A líder europeia afirmou que o bloco tomará “contramedidas proporcionais” se necessário, mantendo a disposição para diálogo.
O México, que em 2023 superou a China como principal parceiro comercial dos EUA, envia mais de 80% de suas exportações para o país vizinho. Apesar dos fluxos significativos de fentanil pela fronteira mexicana – justificativa citada nas cartas tarifárias – o Canadá recebeu alíquota maior, de 35%.
“O México tem me ajudado a proteger a fronteira, MAS o que o México tem feito não é suficiente. O México ainda não deteve os cartéis que estão tentando transformar toda a América do Norte em um playground do narcotráfico”, escreveu Trump.
A escalada protecionista de Trump já rendeu mais de US$ 100 bilhões em receitas alfandegárias ao governo norte-americano no ano fiscal até junho, segundo dados do Tesouro. Enquanto a Alemanha pressiona por acordo rápido para proteger sua indústria, países como a França resistem a concessões unilaterais aos EUA.
Até o momento, o governo mexicano não se manifestou sobre as novas tarifas. A UE, por sua vez, parece resignada a buscar inicialmente um acordo provisório, mantendo expectativas por negociações mais amplas no futuro.
Com informações da Agência Brasil.
