O Pix integra a lista de queixas apresentadas pelos Estados Unidos em uma investigação comercial contra o Brasil. O sistema de pagamentos instantâneos brasileiro é mencionado como um exemplo de políticas governamentais que beneficiariam o país em detrimento de empresas dos EUA e agora passa a ser alvo na escalada de sanções liderada pelo presidente americano Donald Trump.
“O Brasil também parece se engajar em uma série de práticas desleais com relação aos serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a favorecer seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”, cita o documento do Escritório da Representação Comercial dos EUA, o USTR.
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Um dos casos mais emblemáticos dessa disputa ocorreu com o WhatsApp Pay, serviço controlado pela Meta, dona do Facebook.
Em Brasília, os planos para a criação do Pix foram iniciados pelo Banco Central (BC) antes da pandemia de Covid-19, mas os primeiros detalhes só foram divulgados publicamente em 2020.
No dia 28 de maio daquele ano, o BC publicou as regras iniciais do Pix, incluindo os critérios para homologação de instituições financeiras e os procedimentos para os testes entre bancos.
Menos de um mês depois, em 15 de junho de 2020, o Facebook anunciou com entusiasmo o lançamento do WhatsApp Pay no Brasil — o primeiro país a receber o sistema após testes na Índia. As transações seriam processadas por meio de cartões de crédito e débito das empresas americanas Mastercard e Visa.
Porém, em 23 de junho, uma semana após o anúncio, o Banco Central e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) decidiram suspender as operações do serviço no aplicativo de mensagens.
Na época, o BC justificou a medida pela necessidade de “avaliar riscos” e assegurar o “funcionamento adequado” do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Já o Cade mencionou “potenciais riscos à concorrência”.
Com o WhatsApp Pay temporariamente bloqueado, o BC acelerou os testes do Pix para grupos restritos e, em outubro de 2020, iniciou o cadastramento de chaves para pessoas físicas e empresas.
Em 16 de novembro daquele ano, o Pix foi oficialmente lançado para clientes de mais de 700 instituições financeiras, tornando-se rapidamente um sucesso no país.
Somente em março de 2021 o Banco Central autorizou o WhatsApp Pay a operar transferências entre pessoas físicas. A plataforma foi relançada meses depois, mas não alcançou a mesma adesão do Pix, que já havia se consolidado como a principal ferramenta de pagamento digital no Brasil.
Com informações da CNN Brasil.
