A fabricante de software de design Figma levantou mais de US$ 1,2 bilhão em sua oferta pública inicial (IPO), alcançando uma avaliação de quase US$ 20 bilhões – o mais recente sinal positivo para startups apoiadas por capital de risco que aguardam há anos para abrir capital. A empresa sediada em São Francisco anunciou nesta quarta-feira que precificou suas ações a US$ 33 em um IPO várias vezes superassinado, após já ter aumentado sua faixa de preço-alvo de US$ 25-US$ 28 para US$ 30-US$ 32 devido à alta demanda dos investidores. Isso valora a Figma em cerca de US$ 19,5 bilhões em base totalmente diluída. A empresa, especializada em software para design de aplicativos e sites, faz seu debut na Bolsa de Valores de Nova York nesta quinta-feira (31).
O IPO está sendo acompanhado de perto por grupos de tecnologia privados como termômetro da recepção que podem receber de investidores públicos.
A valoração da listagem se aproxima dos US$ 20 bilhões que a Adobe ofereceu para comprar a Figma em 2022 – negócio que desmoronou após um ano devido a preocupações regulatórias – e está bem acima dos US$ 12,5 bilhões em que o grupo foi avaliado no ano passado durante venda de ações de funcionários.
Os recursos do IPO ajudarão a cobrir passivos fiscais associados à venda de ações por funcionários.
As aberturas de capital de startups haviam se reduzido a um gotejamento desde o início de 2022 devido ao aumento das taxas de juros e volatilidade do mercado. Mais recentemente, as ameaças tarifárias do presidente dos EUA Donald Trump acrescentaram incerteza.
Mas uma série de IPOs recentes, incluindo o da operadora de data centers CoreWeave e da emissora de stablecoin Circle, tiveram alta após a listagem, animando outras startups.
O IPO da Figma deve gerar ganhos expressivos para seus primeiros investidores, que incluem grandes firmas de venture capital do Vale do Silício: Index Ventures, Iconiq Capital, Sequoia Capital e Greenoaks Capital Partners.
Index e Iconiq foram os primeiros investidores da Figma, apostando na empresa em 2013 quando suas ações valiam 9 centavos e repetidamente desde então. Ambos detêm agora posições valendo centenas de milhões de dólares.
A Figma registrou lucro líquido de US$ 45 milhões no primeiro trimestre, com receita de US$ 228 milhões – aumento de 46% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A empresa havia registrado prejuízo líquido de US$ 732 milhões no ano passado, principalmente devido à decisão de cobrir impostos associados à venda de ações por funcionários em uma oferta única.
Seu balanço foi reforçado por uma taxa de rescisão de US$ 1 bilhão da Adobe após o colapso do acordo de aquisição.
Dylan Field, cofundador e CEO da Figma, manterá o controle da empresa após o IPO através de ações com superdireito de voto.
Morgan Stanley, Goldman Sachs, Allen & Company e JPMorgan atuam como coordenadores líderes conjuntos da oferta.
Reportagem do Financial Times.