Na próxima segunda-feira (18), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, receberá o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca, em um encontro que contará com a presença de líderes europeus. O objetivo da reunião é discutir os próximos passos para buscar o fim da guerra na Ucrânia, segundo informações da agência Reuters e do jornal The New York Times. Os governos americano e ucraniano ainda não confirmaram oficialmente o encontro, e os nomes dos líderes europeus convidados não foram divulgados.
O convite aos líderes da Europa vem na sequência de uma série de movimentações diplomáticas. Na sexta-feira (15), Trump se reuniu com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca, em uma cúpula que marcou o primeiro encontro a sós entre os dois desde 2018 e a primeira entre EUA e Rússia desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022. A reunião, que durou três horas, começou às 16h30 (horário de Brasília) com um cumprimento efusivo entre os líderes. Apesar do tom inicial positivo, os dois não chegaram a um acordo de cessar-fogo.
Após o encontro, Putin classificou a conversa como “útil, oportuna, sincera e substancial” e expressou esperança em uma solução pacífica para o conflito, desde que as “preocupações da Rússia sejam levadas em conta”. Em pronunciamento, ele destacou: “A Ucrânia foi um dos principais tópicos. Vemos o desejo de Trump de entender a essência do conflito e estamos sinceramente interessados em acabar com ele, mas todas as causas fundamentais devem ser eliminadas, e todas as preocupações da Rússia devem ser levadas em conta. Concordo com Trump que a segurança da Ucrânia deve ser garantida. Espero que a compreensão mútua traga paz à Ucrânia”. Putin ainda convidou Trump para um próximo encontro em Moscou, dizendo em inglês: “Da próxima vez em Moscou”.
Após a reunião com Putin, Trump telefonou para Zelensky e líderes da Otan, incluindo o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz; o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer; a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni; o presidente da Finlândia, Alexander Stubb; o presidente da Polônia, Karol Nawrocki; e o presidente da França, Emmanuel Macron. A ligação, que durou uma hora, abordou a proposta de Putin, que, segundo uma fonte da Reuters, exigiu os territórios ucranianos de Donetsk e Lugansk para encerrar o conflito.
Em entrevista à Fox News, Trump minimizou a importância de um cessar-fogo e defendeu um acordo de paz, pressionando Zelensky a aceitar a proposta russa: “Faça o acordo. Você precisa fazer o acordo”. Ele justificou sua posição afirmando que “a Rússia é uma grande potência e eles [ucranianos], não”. O chanceler alemão Friedrich Merz, em entrevista à emissora N-TV, também sugeriu que um acordo de paz abrangente pode ser mais vantajoso que um cessar-fogo, desde que alcançado “rapidamente”.
Zelensky, por sua vez, demonstrou abertura para negociações. Em nota publicada no X, ele declarou: “Apoiamos a proposta do presidente Trump para uma reunião trilateral entre Ucrânia, EUA e Rússia. A Ucrânia enfatiza que questões-chave podem ser discutidas diretamente entre os líderes, e o formato trilateral é adequado para isso”.
A reunião na Casa Branca na segunda-feira será um momento crucial para definir os rumos das negociações, em meio a um cenário de tensões e expectativas por uma resolução para o conflito que já dura mais de três anos.
Com informações do portal g1.