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Trump diz que Chicago é a ‘cidade mais perigosa do mundo’ e anuncia ações federais em meio a tensões com adversários
Termômetro da Política
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou suas críticas à cidade de Chicago nesta terça-feira (2), classificando-a como “a pior e mais perigosa cidade do mundo” e prometendo solucionar o que chamou de “problema do crime” com o possível envio de tropas federais. As declarações, feitas horas antes de um pronunciamento agendado sobre o Departamento de Defesa, reacenderam o embate com líderes democratas locais, enquanto Trump considera expandir a mobilização da Guarda Nacional, usada recentemente em Washington, DC, para outras grandes cidades.

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Donald Trump promete solucionar o que chamou de “problema do crime” com o possível envio de tropas federais (Foto: Divulgação/The White House)

Em postagem nas redes sociais, Trump destacou a violência na cidade, afirmando: “Pelo menos 54 pessoas foram baleadas em Chicago no fim de semana, e oito foram mortas. Os dois últimos fins de semana foram semelhantes. Chicago é, de longe, a pior e mais perigosa cidade do mundo. [O governador JB] Pritzker precisa urgentemente de ajuda, mas ele ainda não sabe. Resolverei o problema da criminalidade rapidamente, assim como fiz em Washington, DC. Chicago estará segura novamente, e em breve”. Na segunda-feira, ele já havia apontado que seis pessoas foram mortas e 24 baleadas no fim de semana, chamando Pritzker de “louco” e “fraco e patético governador de Illinois” que “está falhando com essas famílias”.

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A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, confirmou à CBS News no domingo que operações do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE) já estão em curso em Chicago e outros estados para “garantir que nossas leis estejam sendo cumpridas”. Questionada sobre a possibilidade de expandir as ações para outras cidades, como São Francisco e Boston, Noem disse que “nada foi descartado” e que cidades com governos republicanos também estão sob análise. “Pritzker pode dizer o quanto está fazendo um ótimo trabalho como governador, mas está falhando com essas famílias. Isso parece mais uma questão de ego do governador Pritzker agora do que de proteger seu povo de verdade”, criticou.

Fontes ouvidas pela reportagem indicam que uma operação federal em Chicago, envolvendo agentes do ICE, da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) e apoio da Guarda Nacional, pode começar ainda esta semana. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, anunciou que “o presidente fará um anúncio empolgante relacionado ao Departamento de Defesa” às 14h no horário local (15h em Brasília).

As medidas de Trump enfrentam resistência em Chicago, onde o prefeito Brandon Johnson assinou um decreto no sábado proibindo a cooperação da polícia local com operações federais de imigração. O texto determina que agentes municipais usem câmeras corporais e não cubram o rosto com máscaras. “Podemos ver uma repressão militarizada da imigração. Podemos também ver tropas da Guarda Nacional. Podemos até ver militares da ativa e veículos armados nas nossas ruas. Não pedimos por isso. Nosso povo não pediu por isso, mas, ainda assim, nos vemos obrigados a responder”, declarou Johnson ao assinar a ordem.

O governador de Illinois, JB Pritzker, classificou o envio de tropas federais sem coordenação com o estado como “uma invasão”. Ele afirmou que “nem o presidente, nem qualquer subordinado a ele” entrou em contato com sua equipe, sugerindo que “está claro que estão planejando [o envio de tropas] em segredo”. Apesar das críticas de Trump, a prefeitura de Chicago divulgou dados mostrando uma redução de 21,6% nos crimes violentos e 32,3% nos homicídios em 2025 até o momento.

Violação da Lei Federal na Califórnia

Nesta terça-feira, um juiz federal dos EUA, Charles Breyer, do Tribunal Distrital, decidiu que o governo Trump violou o Posse Comitatus Act ao enviar tropas da Guarda Nacional a Los Angeles durante protestos em junho contra políticas antimigratórias. A legislação proíbe o uso das Forças Armadas para aplicar leis civis em território americano. A decisão, que proíbe o uso de tropas militares na Califórnia para esse fim, é uma vitória para o governador Gavin Newsom, que contestou judicialmente a federalização da Guarda Nacional. Durante os protestos, Trump mobilizou cerca de 4 mil soldados e 700 fuzileiros navais para a cidade, utilizando veículos militares e soldados com identidades ocultas em bloqueios e controle de multidões. A maioria das tropas foi retirada até o fim de julho, após a redução dos protestos.

Com informações de O Globo.

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