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Brasileira revela abuso de Jeffrey Epstein aos 14 anos e cobra divulgação de documentos nos EUA
Termômetro da Política
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Marina Lacerda, uma brasileira de 37 anos, revelou nesta quarta-feira (3) ter sido vítima de abusos sexuais cometidos pelo empresário Jeffrey Epstein em sua mansão em Nova York, quando tinha apenas 14 anos, em 2002. Durante uma coletiva de imprensa nos Estados Unidos, ela se uniu a outras vítimas para pressionar o Congresso americano pela aprovação de uma lei que obrigue a divulgação de todos os documentos da investigação do caso Epstein. “Hoje é a primeira vez que eu falo publicamente sobre o que aconteceu comigo. Eu nunca pensei que estaria aqui”, declarou Marina, que hoje se sente fortalecida: “Como imigrante do Brasil, eu me sinto fortalecida em saber que a garotinha que lutava para sobreviver aos 14 e 15 anos finalmente tem uma voz. Pela primeira vez, eu sinto que importo como americana.”

Trump e Epstein foram próximos durante os anos 1990 e início dos 2000
Trump e Epstein foram próximos durante os anos 1990 e início dos 2000 (Foto: Reprodução)

Marina contou que conheceu Epstein por meio de uma amiga de bairro, que a indicou para um suposto trabalho de massagem que pagaria US$ 300. “Uma amiga minha do bairro me disse que eu poderia ganhar US$ 300 para dar uma massagem em um cara mais velho”, relatou. “Isso passou de um emprego dos sonhos para o pior pesadelo.” À época, ela trabalhava em três empregos para sustentar a mãe e a irmã, e foi uma das dezenas de meninas, ainda crianças, forçadas a frequentar a mansão do empresário.

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A coletiva, organizada pelos deputados Thomas Massie (republicano) e Ro Khanna (democrata), busca apoio para um projeto que determine a liberação de documentos sigilosos do caso, incluindo aqueles sob posse do FBI e de procuradores dos EUA. Jeffrey Epstein, conhecido por suas conexões com milionários, artistas e políticos influentes, foi acusado entre 2002 e 2005 de aliciar dezenas de menores para encontros sexuais. Em 2008, ele firmou um acordo com a Justiça, declarando-se culpado. Em 2019, após o acordo ser considerado inválido, Epstein foi preso por tráfico sexual, mas morreu na cadeia dias depois, em um caso registrado como suicídio pelas autoridades.

O caso ganhou destaque durante a campanha eleitoral de 2024, quando o então candidato Donald Trump prometeu divulgar uma lista de pessoas supostamente envolvidas no esquema de exploração sexual de Epstein. Em fevereiro de 2025, alguns documentos foram publicados, incluindo registros de voos que citam Trump, que era próximo de Epstein nos anos 1990, embora não seja investigado. A procuradora-geral Pam Bondi insinuou, na mesma época, que uma lista de clientes estava sob revisão, mas o documento nunca foi divulgado. Recentemente, o Departamento de Justiça afirmou que tal lista não existe, e Trump passou a chamar o documento de “farsa”, gerando insatisfação entre seus apoiadores, que compartilham teorias da conspiração e exigem a divulgação completa das informações sobre a rede de exploração sexual.

Com informações do portal g1.

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