As autoridades portuguesas investigam nesta quinta-feira (4) as causas do trágico descarrilamento do Elevador da Glória, um dos bondinhos mais icônicos da capital, que desceu morro abaixo e colidiu com um prédio, resultando na morte de 17 pessoas e ferimentos em outras 21. O acidente, que envolveu 38 pessoas, ocorreu em uma encosta íngreme que liga o centro de Lisboa, próximo à Praça dos Restauradores, ao Bairro Alto, conhecido por sua vibrante vida noturna.
Imagens do local mostram os destroços do bondinho amarelo, que transportava cerca de 40 passageiros, espalhados após o impacto com o prédio, a poucos metros de outro vagão na base da colina. Segundo Margarida Martins, chefe dos serviços de emergência da cidade, 15 pessoas morreram no local e outras duas faleceram no hospital durante a noite. Entre os feridos, estão quatro cidadãos de Portugal, dois da Alemanha, dois da Espanha, além de um da Coreia, um de Cabo Verde, um do Canadá, um da Itália, um da França, um da Suíça e um de Marrocos.
Abel Esteves, um morador de Lisboa de 75 anos, estava com sua esposa e neto entre os 40 passageiros do vagão na base da colina quando presenciou o vagão descarrilado descendo em alta velocidade. “Quando vi outro vagão descendo, disse à minha esposa: ‘Vamos todos morrer aqui'”, relatou ele. “O vagão ganhou uma velocidade brutal, deu uma leve guinada e atingiu o prédio com um grande estrondo.”
Portugal declarou um dia de luto pelas vítimas, com bandeiras hasteadas a meio mastro. As duas linhas restantes de bondinhos da cidade foram fechadas para inspeções, conforme informado pelas autoridades. A polícia esteve no local do acidente, tirando fotos dos destroços e examinando o sistema de freios do vagão não danificado. A linha do Elevador da Glória, inaugurada em 1885, opera com dois vagões presos a extremidades opostas de um cabo de transporte, movidos por motores elétricos que se contrabalançam.
A empresa municipal de transporte público Carris afirmou em comunicado que “todos os protocolos de manutenção foram executados”, incluindo programas de manutenção mensais, semanais e inspeções diárias. No entanto, Freiros Manuel Leal, líder da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), revelou à TV local que trabalhadores da linha haviam relatado problemas com a tensão do cabo de transporte, que dificultava a frenagem, embora tenha destacado que ainda é cedo para determinar a causa exata do acidente.
Com informações da Agência Brasil.