A aliança peronista Fuerza Patria venceu as eleições legislativas na província de Buenos Aires, maior distrito eleitoral do país, neste domingo (7), superando o partido do presidente Javier Milei, La Libertad Avanza (LLA). Com mais de 85% dos votos apurados, a Fuerza Patria obteve quase 47%, enquanto a LLA alcançou cerca de 34%. O resultado, crucial para as eleições nacionais de 26 de outubro, foi reconhecido por Milei como uma “derrota clara”. “Hoje tivemos uma derrota clara e, se alguém quiser começar a reconstruir e seguir em frente, a primeira coisa que precisa ser aceito é o resultado. Hoje, os resultados não foram positivos, tivemos um revés eleitoral e isso precisa ser aceito”, afirmou o presidente.
A ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015), principal rosto da vitória, apareceu na varanda de sua casa em Buenos Aires, onde cumpre prisão domiciliar, para saudar centenas de apoiadores que celebravam o resultado. Minutos antes, ela publicou no X: “Viste Milei?”, criticando, em seguida, diversas políticas e ações do governo de Milei.
A Fuerza Patria, que governa a província desde 2019, conquistou 13 dos 23 assentos em disputa no Senado e 21 dos 46 na Câmara Baixa, que tem 92 cadeiras no total. A LLA ficou com oito assentos no Senado e 18 na Câmara Baixa. O peronismo venceu em seis das oito seções eleitorais da província, incluindo os dois distritos mais populosos. A Somos Buenos Aires, formada por setores peronistas opostos ao kirchnerismo, obteve pouco mais de 5%, enquanto a Frente de Izquierda y de los Trabajadores Unidad alcançou cerca de 4%.
A participação eleitoral foi de 63%, inferior às legislativas de 2021 (71%) e 2017 (77%), mas acima do esperado, considerando que as eleições não coincidiram com as nacionais, o que costuma aumentar a abstenção. A província de Buenos Aires, que concentra 38,6% da população argentina, foi tratada por Milei e pelo peronismo como uma batalha estratégica para fortalecer suas posições antes das eleições nacionais. O peronismo também se impôs à Propuesta Republicana (Pro), do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019), que participou em coligação com a LLA.
Com informações da Agência Brasil.
