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Lula critica sanções dos EUA e defende democracia brasileira em discurso na ONU
Termômetro da Política
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Em seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas às sanções unilaterais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, alertando para o avanço do autoritarismo global e o enfraquecimento do multilateralismo. Lula destacou que tais medidas, incluindo tarifas econômicas e tentativas de interferência no Judiciário brasileiro, ameaçam a soberania e a democracia do país.

Em seu discurso na ONU, Lula também destacou os desafios enfrentados pela democracia em escala global
Em seu discurso na ONU, Lula também destacou os desafios enfrentados pela democracia em escala global (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

“O multilateralismo está diante de nova encruzilhada. A autoridade desta organização [ONU] está em xeque. Assistimos à consolidação de uma desordem internacional marcada por seguidas concessões a política do poder, atentados à soberania, sanções arbitrárias. E intervenções unilaterais estão se tornando regra”, afirmou Lula. Ele apontou “um evidente paralelo” entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia, alertando que “o autoritarismo se fortalece quando nos omitimos frente a arbitrariedades. Quando a sociedade internacional vacila na defesa da paz, da soberania e do direito, as consequências são trágicas”.

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O presidente brasileiro também destacou os desafios enfrentados pela democracia em escala global. “Em todo o mundo, forças antidemocráticas tentam subjugar as instituições e sufocar as liberdades. Cultuam a violência. Exaltam a ignorância. Atuam como milícias físicas e digitais e cerceiam a imprensa. Mesmo sob ataques sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia, reconquistada há 40 anos pelo seu povo, depois de duas décadas de governos ditatoriais”, declarou.

As críticas de Lula tiveram como alvo principal as sanções econômicas impostas pelo governo de Donald Trump, que aplicou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA. Além disso, o presidente norte-americano tentou interferir no Judiciário brasileiro, especialmente em relação ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de tentativa de golpe de Estado. Em julho, Trump invocou a Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso. A legislação estadunidense permite punir unilateralmente violadores de direitos humanos no exterior, bloqueando bens e empresas dos alvos nos EUA. A punição, no entanto, é arbitrária, pois Moraes não se enquadra como violador de direitos humanos.

O governo dos EUA também cancelou os vistos de diversos ministros do STF, incluindo Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin. Na véspera do discurso de Lula, nessa segunda-feira (22), os EUA anunciaram sanções contra Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes. O governo brasileiro reagiu com veemência, afirmando ter recebido a notícia “com profunda indignação” e destacando que o país “não se curvará a mais essa agressão”.

Com informações da Agência Brasil.

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