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Em Madagascar, presidente dissolve Parlamento e militares anunciam tomada de poder
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O presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, alvo de um processo de impeachment, determinou a dissolução do Parlamento do país nesta terça-feira (14). A decisão foi formalizada por meio de um decreto publicado no mesmo dia, assinado por Andry Rajoelina, que fugiu do país após militares rebeldes tomarem Exército e polícia se unir aos protestos da Geração Z. O Parlamento deu sinais de que não vai cumprir o decreto presidencial. 

Militares tomaram Exército; polícia se uniu aos protestos da Geração Z (Imagem: Youtube/Reprodução)

Em discurso na noite da segunda-feira (13) , o presidente do país africano afirmou que não deixará o governo, em mais um desafio aos protestos, que exigem sua renúncia. Andry Rajoelina alegou que a dissolução do Parlamento “era necessária para restaurar a ordem no país”, mas prometeu realizar novas eleições a partir de dezembro. “O povo precisa ser ouvido novamente. É hora da juventude”, disse ele no discurso.

O Parlamento deu sinais de que não vai cumprir o decreto presidencial. O líder da oposição na Assembleia Nacional contestou a decisão. “Este decreto não é juridicamente válido… o presidente da Assembleia Nacional afirma que não foi consultado”, disse Siteny Randrianasoloniaiko, que também é vice-presidente da Assembleia.

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A polícia do país também rompeu com o presidente madagascarense e se uniu aos manifestantes.

Siteny Randrianasoloniaiko, líder da oposição no Parlamento, contou à agência de notícias Reuters que Rajoelina deixou Madagascar depois que unidades do exército desertaram e se juntaram aos manifestantes da Geração Z, que vêm realizando protestos pelas ruas do país desde 25 de setembro.

Nome dado ao grupo de pessoas nascidas entre 1995 e 2009, Geração Z é a primeira geração considerada nativa digital, pois cresceu em meio à internet, e costuma ser mais crítica e engajada em debates sobre diversidade, sustentabilidade e política.

“Ligamos para a equipe da presidência e eles confirmaram que ele deixou o país”, disse ele, acrescentando que o paradeiro atual do presidente ainda é desconhecido. Uma fonte militar disse à Reuters que Rajoelina deixou o país em um avião militar francês. De acordo com a rádio francesa RFI, ele fechou um acordo com o presidente Emmanuel Macron.

Com a saída de Rajoelina do país, quem irá assumir suas funções até que novas eleições sejam realizadas é o presidente do Senado.

Com informações do portal g1.

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