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Peru decreta estado de emergência em Lima para combater criminalidade em meio a protestos
Termômetro da Política
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O presidente do Peru, José Jerí, anunciou na terça-feira (21) a decretação de estado de emergência na região metropolitana de Lima e Callao por 30 dias, com o objetivo de combater o aumento da criminalidade no país. Em pronunciamento televisionado, Jerí afirmou que a medida, aprovada pelo Conselho de Ministros, marca uma mudança de estratégia no enfrentamento à violência. “O estado de emergência, aprovado pelo Conselho de Ministros, entra em vigor à meia-noite e por 30 dias na região metropolitana de Lima e Callao, e apresenta uma nova abordagem. Estamos passando da defensiva para a ofensiva na luta contra a criminalidade, uma luta que nos permitirá recuperar a paz, a tranquilidade e a confiança de milhões de peruanos”, declarou. Ele completou: “Guerras se vencem com ações, não com palavras. Viva o Peru!”.

Protestos têm gerado confrontos entre manifestantes e policiais em várias regiões de Lima
Protestos têm gerado confrontos entre manifestantes e policiais em várias regiões de Lima (Foto: reprodução/X)

Jerí, que assumiu a presidência no início de outubro após a destituição da ex-presidente Dina Boluarte por “incapacidade moral” em sua função como chefe do Parlamento, apresentou um novo gabinete na semana passada, destacando o combate à criminalidade como prioridade máxima. A medida, no entanto, não é inédita: Boluarte já havia decretado estado de emergência por 30 dias em março, mas analistas e especialistas em segurança apontam que essas declarações repetidas pouco impactaram na redução da criminalidade.

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A decisão de Jerí ocorre em um contexto de instabilidade política e social. Na semana passada, o presidente enfrentou seu primeiro grande protesto, convocado por grupos da sociedade civil e jovens da chamada Geração Z, que exigiam ações efetivas contra o aumento da criminalidade. Na quarta-feira (15), manifestantes marcharam de diferentes pontos da capital rumo ao centro histórico, concentrando-se na Plaza San Martín e avançando até a sede do Congresso, protegida por centenas de policiais. Carregando bandeiras e cartazes, os jovens expressaram rejeição ao Congresso e a Jerí, nomeado após a deposição de Boluarte, que marcou mais um capítulo na crise política do Peru, país que teve seis presidentes em sete anos.

Os protestos geraram confrontos entre manifestantes e policiais em várias regiões de Lima, além de bloqueios de estradas e suspensão temporária de rotas de transporte, conforme anunciado pela Autoridade de Transporte Urbano de Lima e Callao (ATU) em suas redes sociais. Segundo a Defensoria do Povo, a mobilização resultou em uma morte por ferimento a bala, 78 policiais e 24 manifestantes feridos, além de dez prisões. Jerí lamentou a morte de Ruiz e declarou que espera “que as investigações determinem objetivamente os fatos e as responsabilidades”.

Com informações da CNN.

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