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Austrália anuncia endurecimento de leis sobre armas após massacre em Sidney que deixou 16 mortos
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O governo australiano prometeu nesta segunda-feira (15) leis mais rígidas para porte de armas, um dia após o pior tiroteio em massa no país em quase 30 anos. O ataque a uma celebração judaica de Hanukkah na praia de Bondi, em Sydney, deixou 16 mortos – incluindo o atirador mais velho – e 40 feridos.

Ataque ocorreu quase 11 anos após o sequestro de 18 reféns no Lindt Cafe, também em Sydney
Suspeito de 50 anos, morto no local, possuía licença para armas desde 2015 e seis armas registradas (Foto: Reprodução/X)

A polícia acusou pai e filho pelo atentado. O suspeito de 50 anos, morto no local, possuía licença para armas desde 2015 e seis armas registradas. Seu filho, de 24 anos, está internado em estado crítico.

O primeiro-ministro Anthony Albanese anunciou que o gabinete concordou em revisar aspectos como validade das licenças e limite de armas por pessoa. “As circunstâncias das pessoas podem mudar”, justificou aos repórteres. “As pessoas podem se radicalizar em um período de tempo. As licenças não devem ser perpétuas.”

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As medidas em análise incluem restrições a licenças por tempo indeterminado, limites ao número e tipos de armas legais, incluindo modificações, e licenças exclusivas para cidadãos australianos.

O ataque durou cerca de 10 minutos em noite quente de fim de semana, fazendo cerca de mil pessoas fugirem pela areia e ruas próximas. Um pedestre, Ahmed al Ahmed, desarmou um dos atiradores e foi baleado no braço e na mão. Aclamado como herói, ele passou por cirurgia e recebeu mais de US$ 1 milhão australianos em arrecadação online.

“O que vimos ontem foi um ato de pura maldade, um ato de antissemitismo, um ato de terrorismo”, declarou Albanese após depositar flores na praia de Bondi. “A comunidade judaica está sofrendo hoje. Hoje, todos os australianos estão de braços dados com eles e dizem: estamos com vocês. Faremos o que for necessário para acabar com o antissemitismo. É um flagelo, e nós o erradicaremos juntos.”

Líderes mundiais, de Donald Trump a Emmanuel Macron, enviaram condolências. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu criticou o apoio australiano à criação de um Estado palestino, alegando que alimentaria o antissemitismo. Netanyahu, no entanto, lidera um genocídio contra o povo palestino, um dos maiores massacres da humanidade.

As vítimas tinham entre 10 e 87 anos. Duas bandeiras do Estado Islâmico foram encontradas no veículo dos atiradores, segundo a ABC News.

Tiroteios em massa são raros na Austrália, considerada um dos países mais seguros do mundo. O incidente é o pior desde 1996, quando 35 pessoas morreram em Port Arthur, na Tasmânia.

“Você pode facilmente ficar com muita raiva e tentar culpar as pessoas, se voltar contra elas, mas não é disso que se trata”, disse o rabino Mendel Kastel, cujo cunhado Eli Schlanger foi morto. “Precisamos nos mobilizar em um momento como este. Nós o faremos, superaremos isso e sabemos disso. A comunidade australiana nos ajudará a fazer isso.”

Os judeus representam cerca de 150 mil dos 27 milhões de habitantes da Austrália, com um terço vivendo nos subúrbios leste de Sydney, incluindo Bondi.

Com informações da Agência Brasil.

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