Em meio ao agravamento da crise diplomática e militar com os Estados Unidos, as Forças Armadas Nacionais Bolivariana da Venezuela (Fanb) anunciaram o reforço da vigilância em infraestruturas estratégicas do país. As operações concentram-se no Centro de Refinaria de Paraguaná, no estado de Falcón, considerado um dos maiores complexos de refino de petróleo do mundo, e no Complexo Petroquímico Ana María Campos, em Zulia. A mobilização ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificar as ações na região, incluindo um bloqueio total contra navios-petroleiros sancionados e ataques diretos a instalações na costa venezuelana.

O chefe da Região Estratégica Ocidental de Defesa Integral, Pedro González Ovalles, confirmou que uma Unidade de Reação Rápida foi posicionada para assegurar a proteção integral desses complexos. De acordo com informações do Ministério de Hidrocarbonetos e da PDVSA, essas unidades são vitais para a economia local, produzindo desde gasolina, diesel e asfalto até fertilizantes e plásticos. A vigilância militar também conta com o suporte tecnológico do radar de alerta antecipado P-18-2M, recentemente implantado na Ilha Margarita para monitorar o espaço aéreo e marítimo.
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A movimentação de tropas é uma resposta direta à nova postura de Washington, que elevou a pressão sobre o regime do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, por meio de ofensivas contra embarcações no Caribe. Recentemente, veio a público que a CIA utilizou drones em dezembro para atingir um cais na costa venezuelana. O governo americano sustenta que a estrutura era utilizada pela gangue Tren de Aragua para o armazenamento e escoamento internacional de entorpecentes. Donald Trump reconheceu a autoria do ataque em entrevista na última semana, embora tenha evitado fornecer detalhes específicos aos repórteres.
As tensões entre as duas nações atingem níveis críticos desde que o governo Trump iniciou, em agosto, uma ampla campanha militar com o envio de tropas para o Caribe com o objetivo de pressionar Maduro a renunciar. Enquanto os Estados Unidos mantêm o cerco naval e justificam ataques portuários como ações de combate ao narcotráfico, Caracas reage com o fortalecimento de suas defesas terrestres e tecnológicas. A escalada sugere um cenário de confronto iminente, transformando as zonas de produção de energia e derivados da Venezuela em pontos centrais da disputa geopolítica.
Com informações de portal Uol.