O jogador paraguaio Damián Bobadilla, do São Paulo, foi formalmente indiciado pelo crime de injúria racial contra o lateral venezuelano Miguel Navarro, do Talleres-ARG. O atleta tricolor compareceu nesta quarta-feira (11) à Polícia Civil para prestar depoimento após receber intimação.
O delegado Rodrigo Correa Baptista, da Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), informou que as declarações do jogador do São Paulo não apresentaram elementos capazes de alterar o curso das investigações. Navarro relatou em depoimento que Bobadilla o chamou de “venezuelano morto de fome” – conduta que, segundo a legislação brasileira, enquadra-se como crime de racismo devido ao caráter xenofóbico.
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“Ele compareceu, esclareceu todos os pontos que foram questionados, mas os elementos realmente recaem contra ele”, disse o delegado.
Bobadilla negou veementemente a acusação após sair da delegacia. O inquérito policial está em fase finalização para posterior encaminhamento à Justiça, conforme explicou o delegado responsável.
O processo colheu depoimentos de testemunhas oculares do episódio: os jogadores do Talleres Lautaro Nahuel Bustos e Marcos Ezequiel Portillo, que confirmaram ter presenciado as ofensas. Além deles, o árbitro Piero Maza Gomez e os PMs Wellington Rodrigues dos Santos e Rodrigo Simplício – que acompanharam Navarro à delegacia do estádio – prestaram seus relatos.
Em sua defesa, o São Paulo apresentou material imagético para sustentar a versão de Bobadilla. Caso confirmada a infração, o volante poderá sofrer suspensão em competições da Conmebol. A legislação brasileira prevê pena de dois a cinco anos de prisão para crimes de racismo/xenofobia.
Com informações do portal ge.