A defesa do deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ), acusou a Procuradoria-Geral da República (PGR) de cometer erros nas provas apresentadas contra o réu no julgamento do núcleo da trama golpista de 2022, em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta terça-feira (2), o advogado Paulo Renato Cintra apontou supostos equívocos na denúncia, que inclui mais de 1.100 páginas de documentos.
Segundo Cintra, a PGR atribuiu a Ramagem acesso ao sistema First Mile, utilizado irregularmente pela Abin, com base em um registro de 15 de maio de 2019. No entanto, a defesa argumenta que esse registro não se refere ao sistema, mas à entrada física do então diretor nas dependências da agência. “O Ministério Público Federal afirmou que Alexandre Ramagem não apenas teria ciência da utilização irregular dessa ferramenta pelo Serviço de Inteligência Brasileiro, como também tinha acesso ao sistema, citando esse log e a data desse log, 15 de maio de 2019. (…) Na verdade, esse registro era de acesso às dependências físicas da Abin”, destacou o advogado.
A defesa também alegou que o grande volume de documentos anexados pela PGR levou à inclusão de informações que não constavam na denúncia original. “É evidente que um equívoco dessa natureza, em constante em uma peça subscrita pelo procurador-geral da República, decorre da falta de tempo para analisar aquele volume maciço de informações”, afirmou Cintra. Por isso, a defesa solicitou que tais elementos não sejam considerados no julgamento. “As circunstâncias mencionadas naquele relatório não constavam da denúncia apresentada. Isso é um dado objetivo. E, por essa razão, a defesa pede que esses elementos não sejam analisados neste julgamento”, concluiu.
O julgamento no STF, que analisa a participação de Ramagem e outros réus na trama golpista, segue em curso, com a defesa buscando desqualificar as provas apresentadas pela PGR para garantir a exclusão de elementos considerados inconsistentes.
Com informações do portal InfoMoney.