A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do tenente-coronel Mauro Cid e outros seis réus acusados de tentativa de golpe de Estado. Durante a sessão, anotações do advogado Cezar Bitencourt, defensor de Cid, revelaram a estratégia de defesa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que firmou acordo de colaboração premiada no caso.
O texto, flagrado no plenário, destaca que Cid “não estava no Brasil no 8 de janeiro. Não participou dos atos de invasão. Não comandou nenhum movimento militar. Não instigou, não planejou, não mobilizou ninguém. Mesmo assim, tentam imputar-lhe responsabilidade (…) Com base em quê? (…) Em suposições? Especulações? (…) Excelências! Nem aqui e nem na China”.
Mauro Cid, peça-chave no esquema investigado, é o único réu com delação premiada. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), ele atuava como elo entre Bolsonaro e outros envolvidos, participando de reuniões e mantendo diálogos com militares também acusados. No entanto, a defesa de Cid contesta as acusações, alegando que elas estão “contaminadas por excessos, suposições e narrativas que dispensam a prova e atropelam garantias”.
O julgamento no STF, que analisa a tentativa de golpe, segue em curso, com a defesa buscando desqualificar as imputações da PGR e garantir a validação do acordo de colaboração de Cid.
Com informações de O Globo.