O procurador-geral da República, Paulo Gonet, reforçou na manhã desta terça-feira (2), durante julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), a solidez das acusações contra os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, destacando que a denúncia apresentada não se baseia em “suposições frágeis”, mas em um conjunto robusto de provas produzidas pelos próprios integrantes da organização criminosa.
Em sua manifestação, Gonet detalhou que “a organização criminosa documentou, ou titulou, a quase totalidade das ações narradas na denúncia por meio de gravações, manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens eletrônicas, tornando ainda mais perceptível a materialidade deletiva. Não há como negar fatos praticados publicamente, planos aprendidos, diálogos documentados e bens públicos deteriorados, se as defesas têm valor”.
Leia também
Mino Carta, ícone do Jornalismo brasileiro, morre aos 91 anos em São Paulo
A denúncia aponta que os atos de 8 de janeiro, que culminaram na invasão e depredação de prédios públicos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, não eram o objetivo inicial do grupo, mas se tornaram uma meta incentivada e planejada. “O 8 de janeiro de 2023 pode não ter sido o objetivo principal do grupo, mas passou a ser desejado e incentivado, onde se tornou a verdadeira opção disponível. A ideia de manifestações na Praça dos Três Poderes, especialmente diante do Supremo e do Congresso Nacional, já estava no painel de ações do grupo”, afirmou Gonet.
As evidências reunidas, incluindo gravações e mensagens, reforçam a materialidade dos crimes imputados, segundo o procurador-geral, que destacou a clareza dos fatos documentados para sustentar a acusação contra os responsáveis pelos ataques às instituições democráticas. O julgamento segue em curso, com a Procuradoria-Geral da República (PGR) buscando a responsabilização dos envolvidos no episódio que marcou a história política do país.