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Ministério Público investiga patrocínio da Bet 7K no São João de Campina Grande
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O Ministério Público da Paraíba (MPPB) abriu uma investigação formal, registrada sob a Notícia de Fato nº 001.2025.064439, para apurar possíveis irregularidades no patrocínio da casa de apostas online Bet 7K ao evento “O Maior São João do Mundo” de 2025, em Campina Grande. A ação foi instaurada após denúncia do diretório estadual do PSOL Paraíba, que aponta suposta improbidade administrativa e violação ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) na parceria firmada entre a Prefeitura de Campina Grande e a empresa.

Bet 7K foi uma das principais patrocinadoras da edição deste ano do Maior São João do Mundo
Bet 7K foi uma das principais patrocinadoras da edição deste ano do Maior São João do Mundo (Foto: Divulgação/Maior São João do Mundo)

Acusações de falta de transparência

Segundo a denúncia do PSOL, a parceria com a Bet 7K careceu de transparência, com ausência de divulgação clara sobre os valores, os termos do contrato e os critérios para a escolha da empresa como patrocinadora principal do evento. O partido questiona a falta de publicidade adequada, o que levanta suspeitas de improbidade administrativa por parte da gestão municipal.

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Risco a crianças e adolescentes

O ponto central da denúncia é a exposição da marca da casa de apostas em um evento de grande apelo popular e familiar. O PSOL alega que a presença de estandes, camarotes e ações de marketing da Bet 7K no São João, incentivando apostas, representa um risco a crianças e adolescentes, violando normas do ECA que proíbem a publicidade de produtos nocivos a esse público. A exposição maciça da empresa no evento é vista como um incentivo a práticas que podem gerar dependência, colocando em xeque a proteção da juventude paraibana.

O advogado Olímpio Rocha, representante do PSOL, reforçou a gravidade do caso: “É nosso dever inegociável proteger nossas crianças e adolescentes da exposição a práticas que geram dependência e representam um risco social significativo. Um evento popular não pode ser palco para o incentivo a jogos de azar. Se as investigações confirmarem a falta de transparência e a violação do ECA, o prefeito, junto com a empresa, terá de responder à sociedade por seus atos e arcar com as responsabilidades que a lei impõe.”

Diligências do MPPB

O MPPB já iniciou diligências para coletar provas. Entre as medidas recentes, datadas de outubro de 2025, estão o envio de um novo ofício à Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas-CG), que ainda não respondeu aos questionamentos do Ministério Público, e outro à Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Infância e Juventude de Campina Grande, para verificar possíveis denúncias de apostas realizadas por menores durante o evento, em razão do marketing da Bet 7K.

Com informações da assessoria de imprensa.

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