Henrique Velozo, policial militar acusado de homicídio triplamente qualificado contra o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, foi liberado do Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo, na madrugada deste sábado (15), conforme confirmação da Polícia Militar. A decisão veio após três dias de debates intensos em júri popular, que culminou na absolvição do réu nesta sexta-feira (14), aceitando a argumentação de legítima defesa sustentada pela defesa.

O episódio remonta a 7 de agosto de 2022, quando Leandro Lo, de 33 anos, foi baleado na cabeça durante um show no Clube Sírio, bairro de Indianópolis, na Zona Sul paulista. O PM, que se apresentou à Corregedoria logo após o ocorrido, permaneceu detido desde então no Romão Gomes.
O julgamento de Velozo teve início na quarta-feira (12) no plenário 6 do Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste. Os jurados entenderam que o PM agiu em legítima defesa, tese defendida por seus advogados.
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“A Justiça prevaleceu e o arbítrio foi afastado”, afirmou Cláudio Dalledone Jr, advogado de defesa do policial sobre o resultado do júri.
À reportagem, Fátima Lo, mãe de Leandro Lo, afirmou que irá recorrer à decisão, “pois não teve justiça”. João Carlos Calsavara, promotor responsável pela denúncia do Ministério Público contra Velozo, definiu o júri como “complicado, com nulidades” e que acredita que a decisão será anulada.
Em setembro de 2022, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra o policial e o tornou réu por homicídio triplamente qualificado. As qualificadoras colocadas foram: por motivo torpe; com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; e à traição, de emboscada.
No dia 23 de maio de 2023 foi realizada a primeira audiência de instrução. A Justiça ouviu pela primeira vez o policial militar que, segundo o advogado de defesa, Claudio Dalledona, explicou “todos os pontos que lhe diziam respeito e que motivaram a ação defensiva”.
O primeiro dia de júri popular terminou por volta das 22h de quarta-feira (12), com duas testemunhas de acusação ouvidas. A expectativa da Promotoria era de que o policial fosse condenado a pelo menos 20 anos de prisão, em razão das três qualificadoras do crime. Conforme a acusação, Henrique quis atirar na cabeça da vítima, que chegou a ser socorrida e levada para um hospital, onde morreu.
Foram ouvidas nove testemunhas, entre aquelas da acusação e da defesa, além do acusado. Depois ocorreram debates entre os promotores do MP e assistentes da acusação e os advogados de Henrique. Já Henrique foi ouvido nesta sexta-feira (14). Ao menos quatro dos sete jurados (cinco mulheres e dois homens) votaram para absolver o acusado. A sentença, então, foi dada pela juíza Fernanda Jacomini, da 1ª Vara do Júri.
Com informações do portal g1.