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MPRJ denuncia seis PMs do Batalhão de Choque por peculato e furto qualificado em megaoperação no Alemão
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O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou, entre sexta (28) e sábado (29), seis policiais militares do Batalhão de Choque por peculato e furto qualificado durante a Operação Contenção, realizada em 28 de outubro no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro. As acusações têm como base imagens das câmeras corporais usadas pelos próprios agentes.

Operação resultou em 64 mortes, segundo contagem divulgada pelo governo do Rio, mas os números finais devem passar de 100
Operação Contenção é apontada como a mais letal dos últimos anos no estado, com 122 mortos, entre eles cinco policiais (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Na primeira denúncia, protocolada pela 1ª Promotoria de Justiça junto à Auditoria Militar, os 3º sargentos Marcos Vinicius Pereira Silva Vieira e Charles William Gomes dos Santos aparecem recolhendo um fuzil semelhante a um AK-47 em uma casa onde cerca de 25 suspeitos já estavam rendidos. Em vez de entregar a arma ao grupo responsável pelo registro das apreensões, os dois a guardam em uma mochila e saem do local sem contabilizá-la.

A segunda denúncia, oferecida pela 2ª Promotoria, envolve o subtenente Marcelo Luiz do Amaral, o sargento Eduardo de Oliveira Coutinho e mais dois PMs. As imagens mostram o grupo desmontando um Fiat Toro estacionado na Vila Cruzeiro: Coutinho retira o tampão do motor, farol e capas dos retrovisores, enquanto Amaral e outro agente garantem a ação. Um quinto policial, identificado apenas como Machado, assiste a tudo sem intervir.

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Em ambos os episódios, o MPRJ apontou tentativas de manipulação das câmeras corporais: cobertura das lentes, mudança de ângulo e até esforço para desligar os equipamentos, condutas que ferem os protocolos e dificultam a fiscalização.

As Promotorias seguem examinando dezenas de horas de gravação da Operação Contenção — apontada como a mais letal dos últimos anos no estado, com 122 mortos, entre eles cinco policiais — para verificar se os casos são isolados ou revelam um padrão de conduta em grandes ações policiais.

A Justiça Militar ainda vai decidir se recebe as denúncias.

Fonte: Agência Brasil

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