Política - -
Ratinho Junior propõe autonomia penal para estados durante evento em São Paulo
Termômetro da Política
Compartilhe:

O governador Ratinho Junior (PSD) manifestou apoio à descentralização da legislação penal durante palestra realizada nesta terça-feira (6) na sede do Secovi, em São Paulo. O chefe do Executivo paranaense defendeu que cada unidade federativa estabeleça suas próprias regras de punição criminal. Segundo o governador, a medida representaria um mecanismo eficiente para impor sanções mais rigorosas aos infratores, proporcionando resposta mais ágil ao combate à criminalidade. A proposta foi apresentada durante encontro com representantes do setor imobiliário na capital paulista.

“Com uma medida simples resolvemos rapidamente a violência no Brasil”, disse o governador Ratinho Junior (Foto: Jonathan Campos/AEN)

Ele afirmou que a proposta envolve uma emenda constitucional que permitiria a delegação sobre a legislação penal aos estados. Atualmente a Constituição Federal afirma que a competência sobre direito penal é privativa da União e com a medida ela passaria a ser concorrente, como nas questões de legislação ambiental e programas habitacionais.

Com essa competência concorrente, a União poderia tipificar as normas gerais e os estados poderiam trabalhar em cima das particularidades e criar as suas próprias penalizações. Nesse sentido, um estado poderia transformar um roubo de celular em uma qualificadora, por exemplo, projetando o impacto que isso tem na vida das pessoas, uma vez que ele reúne aplicativos de banco e de saúde, sem precisar passar por aprovação e discussão federal.

Veja também
CNPq registra 101 denúncias por irregularidades em currículos Lattes; fraudes e plágios estão entre as acusações

“Com uma medida simples resolvemos rapidamente a violência no Brasil. Eu faria uma emenda na Constituição delegando aos estados a competência para fazer a sua legislação penal. A sociedade não aguenta mais ver bandido ser tratado como anjinho. O cidadão de bem não pode mais viver trancado em casa. É uma inversão da lógica. Estados precisam ter autonomia para endurecer as penas. Punição mais dura para criminoso significa, no final do dia, tranquilidade para as famílias brasileiras viverem em liberdade”, afirmou.

Ele também disse que a proposta teria amplo apoio entre os diversos segmentos da sociedade. “Eu tenho certeza que se eu mandar um projeto para a Assembleia do Paraná falando que um criminoso que matou um trabalhador vai ficar 40 anos preso, ela aprova. A mesma coisa com casos de feminicídio, falando que um homem que mata a mulher tem que ficar 30 anos na cadeia, ela aprova. Não é possível um assassino pegar pouco tempo de cadeia e logo ser solto”, complementou Ratinho Junior.

O governador do Paraná recebeu a ideia de juristas e apoia a iniciativa. Segundo ele, é uma forma de ser mais veloz e preciso na resposta aos criminosos.

“O crime organizado e a dinâmica do crime mudam muito rápido. Se não tem a decisão da punição rápida, regional, ficaremos discutindo teses que não resolvem a situação na prática. E os crimes são diferentes regionalmente, alguns lugares sofrem mais ou menos com algumas situações que poderiam ter respostas mais severas. O problema do Brasil não tá na prisão, as polícias trabalham e prendem, mas na punição, que é branda”, acrescentou.

Fonte: Secom-PR

Compartilhe: