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Policial militar famoso nas redes sociais é demitido por abandonar posto de trabalho para curtir carnaval
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A Polícia Militar de São Paulo exonerou o soldado Paulo Rogério da Costa Coutinho, que atuava no 18º Batalhão, na zona norte da capital. Conhecido nas redes sociais digitais por postar vídeos de operações policiais e de seu trabalho como entregador nas horas vagas, além de chamar atenção por suas tatuagens faciais e seu codinome “Demolidor”, Coutinho foi demitido por descumprimento de função. O caso está em processo na Justiça Militar, que aponta que ele deixou seu posto de trabalho no sambódromo do Anhembi durante os desfiles do Carnaval de 2022 para permanecer em um camarote. Ele também se diz pré-candidato a deputado estadual em 2026.

Conhecido como “Demolidor”, Paulo Rogério da Costa Coutinho é pré-candidato a deputado estadual em 2026 (Foto: Reprodução/Redes sociais)

A demissão, publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (14), foi baseada em atos considerados atentatórios à instituição e ao Estado, classificados como transgressão disciplinar grave. A defesa do policial alegou que a demora no camarote ocorreu porque ele é uma “celebridade” e questionou por que outro PM que o acompanhava não foi punido da mesma forma.

Segundo o processo, o abandono de posto ocorreu em 22 de abril de 2022, quando Coutinho e outros policiais entraram em um camarote por volta de 1h e lá permaneceram por quase duas horas. Na ocasião, eles integravam a Operação Carnaval 2022 e estavam escalados para revistar pessoas no portão 28, setor A, a partir das 23h. O documento afirma que a permanência no camarote foi injustificada, já que não havia ocorrências ou solicitações de apoio que justificassem a ausência do policiamento ostensivo.

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A defesa sustentou que Coutinho tirou fotos e atendeu fãs durante o plantão por ser uma figura conhecida e que suas postagens nas redes sociais divulgam o trabalho da PM. O advogado João Carlos Campanini, que representa o soldado, criticou a decisão, alegando falta de igualdade no processo, já que o outro PM envolvido não foi demitido. “Isso leva a crer que a decisão foi política e por questões de bastidores”, afirmou, anunciando que recorrerá ao governador e, se necessário, ao Tribunal de Justiça. A PM não se manifestou sobre as alegações da defesa até o fechamento desta reportagem.

Processo por sumiço de orquídea

Em 2023, Coutinho já havia sido alvo de um inquérito por peculato após o desaparecimento de uma orquídea do jardim do 9º Batalhão Metropolitano, onde atuava. Segundo o Inquérito Policial Militar, ele teria escondido a planta no alojamento de soldados e, depois, no refeitório, onde foi encontrada atrás de um extintor de incêndio. Os superiores classificaram o ato como transgressão grave, desonrosa e ofensiva ao decoro profissional.

A defesa negou o furto, alegando que o soldado apenas mudou a orquídea de lugar durante a manutenção do quartel e que era perseguido por suas tatuagens. A PM, na época, afirmou respeitar os direitos dos investigados. O crime de peculato envolve o desvio de bens públicos ou privados por funcionários que tenham posse deles em razão do cargo.

Com informações da Folha de S.Paulo.

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