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MPF denuncia empresários e servidora por corrupção em obras contratadas pela Prefeitura de Patos
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O Ministério Público Federal (MPF) apresentou a terceira denúncia da Operação Outside, acusando formalmente um casal de empresários e uma servidora pública municipal por suposta participação em esquema de corrupção nas obras das avenidas Alça Sudeste e Alça Sudoeste, em Patos, no Sertão da Paraíba.

Prefeitura de Patos
Prefeitura de Patos, no Sertão da Paraíba (Foto: Reprodução/Google Street View)

As investigações apontam irregularidades na execução das obras de restauração, financiadas com verbas federais por meio de convênio entre a prefeitura e o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). Na ação judicial, os investigados respondem pelos crimes de corrupção ativa e passiva, além de advocacia administrativa.

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As acusações baseiam-se em mensagens extraídas de celular apreendido do empresário, que é sócio da Cesarino Construções (Engelplan), empresa contratada pela Prefeitura de Patos para executar as obras. A investigação identificou o uso de codinomes como “beijos” e “cheiros” em conversas entre os investigados, por meio de aplicativo de mensagens, muitas vezes representados por emojis, para se referir ao pagamento de propinas.

A prática dos pagamentos ilícitos foi desvendada por meio da análise das mensagens entre os envolvidos. De acordo com as investigações, os empresários pagavam R$ 500 à servidora sempre que eram realizados pagamentos da prefeitura à empresa, após as medições das obras.

Segundo a ação penal, os pagamentos de propinas representavam uma contrapartida pelas facilidades e agilidade que a servidora, valendo-se de seu cargo público, oferecia no atendimento aos interesses do sócio-administrador da empresa junto à administração municipal. A denúncia lista 18 pagamentos ao longo de três anos, totalizando R$ 9 mil. As propinas eram pagas diretamente para a conta da servidora ou de sua filha, via PIX, bem como em espécie.

O empresário e a empresária foram denunciados por corrupção ativa, sendo o primeiro também por advocacia administrativa, em conjunto com a servidora, que ainda foi denunciada por corrupção passiva, por se valer do seu cargo público para obter vantagem indevida.

A Prefeitura de Patos foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou até a publicação desta matéria.

Fonte: MPF

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