Em cumprimento a mandados judiciais expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal apreendeu nesta sexta-feira (18) diversos itens na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília. Entre os materiais confiscados, destaca-se uma cópia da ação judicial movida pela plataforma Rumble contra o ministro Alexandre de Moraes, na qual as empresas acusam o magistrado de censura e buscam invalidar nos Estados Unidos as decisões brasileiras sobre bloqueio de contas de usuários.
A ação internacional, protocolada em fevereiro, foi apresentada em conjunto com a Trump Media & Technology Group, empresa do ex-presidente norte-americano Donald Trump. Os agentes federais também localizaram aproximadamente US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie na residência do ex-mandatário. Embora a posse de valores em dinheiro não configure ilegalidade, a legislação brasileira exige declaração à Receita Federal para quantias superiores a US$ 10 mil em movimentações internacionais.
Leia também
Jair Bolsonaro é alvo de operação da PF; ex-presidente terá que usar tornozeleira eletrônica
A operação, que também atingiu endereços vinculados ao Partido Liberal (PL), resultou na apreensão de um pen drive encontrado em um banheiro da casa de Bolsonaro, atualmente sob análise pericial no laboratório da PF. O celular pessoal do ex-presidente foi igualmente recolhido pelos investigadores, conforme confirmado por seu advogado, Celso Vilardi.
Em nota, a defesa de Bolsonaro informou que o ex-presidente, após a instalação da tornozeleira eletrônica determinada pelo STF, retornará à sua residência. Até o momento, não há previsão de seu depoimento, que só ocorrerá “caso a PF julgue necessário após análise dos materiais apreendidos”, segundo Vilardi. O advogado afirmou ainda estar solicitando acesso integral à decisão judicial que fundamentou as medidas cautelares.
As restrições impostas pelo STF incluem, além do monitoramento eletrônico, proibição de acesso a redes sociais, toque de recolher das 19h às 7h, e vedação a contatos com diplomatas estrangeiros e outros investigados pela Corte. Fontes ligadas ao Supremo indicam que as medidas guardam relação com investigações sobre supostos ataques à soberania nacional e possíveis conexões com as recentes medidas tarifárias norte-americanas.
Com informações do portal g1.