O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que presidiu o Senado durante parte do governo Bolsonaro, direcionou críticas contundentes ao grupo político do ex-presidente, afirmando que eles “não propõem nada de relevante e útil”. As declarações foram feitas neste domingo (27), dois dias após sua participação em evento mineiro ao lado do presidente Lula.
“Convivo com este tom agressivo da extrema direita desde antes de ser presidente do Senado. Nunca abaixei a cabeça para esse grupo, que só faz gritar e agredir. Não propõe nada de relevante e útil”, disse Pacheco em entrevista à CNN Brasil.
O posicionamento ocorreu durante ato político em Minas Gerais, onde Pacheco se manifestou contra qualquer anistia “ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. O tema ganhou novo fôlego após o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sugerir que a medida poderia ser condição para que o presidente americano Donald Trump revogasse as altas tarifas sobre produtos brasileiros, que entram em vigor na sexta-feira (1°).
“Os mesmos que negam a democracia, hoje pretendem uma anistia geral e irrestrita, que deve enfrentar resistência de cada um de nós, homens públicos responsáveis”, afirmou o senador.
Pacheco classificou seu discurso como “defesa da democracia” – postura que, segundo ele, “deveria ser obrigação de todos, independentemente de espectro político”. O senador mineiro foi além, expressando preocupação com o que chamou de “obscurantismo, negacionismo, radicalismo e fundamentalismo” no cenário político.
“Todos nós temos compromisso com a democracia do país, que foi sim vilipendiada e atacada nos anos de 2022 e início de 2023. Isso precisa ser dito porque todos nós precisamos resistir, presidente Lula, e enfrentar esse movimento que existe. Os mesmos que negaram a democracia, negaram a ciência na pandemia e negaram vacina ao povo brasileiro, e mais de 700 mil pessoas morreram”, disse Pacheco.
A relação próxima entre Pacheco e Lula tem se evidenciado em eventos em Minas Gerais, especialmente na ausência do governador Romeu Zema (Novo-MG), rival político do senador. O petista frequentemente elogia Pacheco nesses encontros, alimentando especulações sobre um possível apoio à candidatura do senador ao governo mineiro em 2026.
Com informações do portal Gazeta do Povo.