A pressão exercida pela família Bolsonaro para que o Congresso Nacional avance com pautas como o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a anistia aos atos de 8 de janeiro não deve prosperar. Na última semana, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) intensificaram as críticas contra Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado, e Hugo Motta (Republicanos-PB), à frente da Câmara. Eduardo chegou a sugerir que os dois poderiam sofrer sanções dos Estados Unidos, assim como ocorreu com ministros do STF que tiveram vistos suspensos pelo governo norte-americano. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que Alcolumbre tem “obrigação” de dar andamento ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes, principal alvo de ataques dos bolsonaristas devido aos inquéritos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Alcolumbre e Motta optaram por não se manifestar publicamente. Em conversas reservadas, avaliaram que qualquer resposta daria o “holofote” que Eduardo busca. Recentemente, Motta já demonstrou resistência às demandas bolsonaristas ao barrar a realização de comissões durante o recesso parlamentar e não sinalizou qualquer intenção de pautar a anistia. No caso de Alcolumbre, cuja atribuição como presidente do Senado inclui decidir sobre a abertura de processos de impeachment contra ministros do STF, a postura contrária às pautas defendidas pelo bolsonarismo é ainda mais evidente. O senador costuma afirmar que medidas como essas “só vão criar mais conflitos”.
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Alexandre de Moraes é o ministro do STF com maior número de pedidos de impeachment protocolados no Senado, mas não o único alvo. O presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, também está no centro das atenções da oposição.
Dos 62 pedidos de impeachment sob a guarda de Alcolumbre, 28 visam o afastamento de Moraes, enquanto 17 pedem a remoção de Barroso do cargo. Há ainda seis solicitações contra Gilmar Mendes, três contra Dias Toffoli e Cármen Lúcia, duas contra Flávio Dino e Edson Fachin – que assumirá a presidência do STF em setembro – e um contra Luiz Fux, que recentemente divergiu de Moraes (em decisão posteriormente referendada pelos demais ministros) sobre o uso de tornozeleira eletrônica por Jair Bolsonaro.
Com informações do portal Uol.