O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, encaminhou à Corregedoria da Casa pedidos de afastamento, por até seis meses, de 14 deputados bolsonaristas envolvidos no motim ocorrido no Congresso Nacional, além de uma deputada acusada de agressão. As medidas serão submetidas à votação no Conselho de Ética da Câmara.
A maioria dos deputados citados pertence ao Partido Liberal (PL), legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, e ao Novo. Eles participaram da ocupação da Mesa Diretora da Câmara, obstruindo a retomada das atividades legislativas. A deputada do PT, por sua vez, é acusada de agredir o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). Os parlamentares mencionados são:
A decisão foi tomada pela Mesa Diretora da Câmara após uma reunião realizada na tarde desta sexta-feira (8). “A Mesa da Câmara dos Deputados se reuniu nesta sexta-feira, 8 de agosto, para tratar das condutas praticadas por diversos deputados federais nos dias 5 e 6. A fim de permitir a devida apuração do ocorrido, decidiu-se pelo imediato encaminhamento de todas as denúncias à Corregedoria Parlamentar para a devida análise”, informou a Secretaria-Geral da Mesa em nota oficial.
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Os processos serão analisados pela Corregedoria, que examinará imagens do ocorrido, antes de retornarem à Mesa Diretora e seguirem para o Conselho de Ética.
Na manhã dessa sexta-feira (8), o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), apresentou um ofício à Mesa Diretora solicitando a abertura de processo disciplinar e a suspensão cautelar de cinco deputados bolsonaristas. A suspensão de Camila Jara foi requerida por parlamentares da oposição.
Marcos Pollon, o último a deixar a cadeira da Presidência da Câmara, é acusado de obstruir a retomada dos trabalhos e de proferir ofensas contra Motta dias antes. Em uma postagem nas redes sociais, Pollon afirmou ser “autista” e disse que não compreendeu a situação, explicando que sentou momentaneamente na cadeira de Motta para consultar Van Hattem, que estava ao seu lado.
Zé Trovão é acusado pelo PT, PSB e PSOL de tentar impedir fisicamente o retorno de Motta à Mesa Diretora. Júlia Zanatta enfrenta denúncias por supostamente usar sua filha de quatro meses como “escudo” e expor a bebê a um ambiente de risco e tensão. Paulo Bilynskyj é apontado por “tomar de assalto e sequestrar” a Mesa Diretora do Plenário e por ocupar a Mesa da Comissão de Direitos Humanos, impedindo o presidente da comissão de exercer suas funções. O ofício também menciona uma agressão ao jornalista Guga Noblat, registrada por câmeras.
Até o momento, Zé Trovão, Zanatta e Bilynskyj não comentaram a decisão de Motta em suas redes sociais. Durante a sessão de quinta-feira (7), Zé Trovão afirmou que não incentivou a violência, mas apenas tentou evitar a retirada forçada de parlamentares. Em uma postagem anterior, Zanatta declarou que parlamentares de esquerda “odeiam as mulheres e a maternidade”.
Marcel van Hattem é acusado de “sequestrar” a cadeira da presidência. Em resposta, ele publicou um trecho do Hino Nacional e, em um vídeo anterior, afirmou que uma eventual suspensão de seu mandato, pedida pelo PT, seria um golpe.
Os demais deputados do PL foram alvos de uma representação individual apresentada pelo deputado João Daniel (PT-SE). Quanto a Camila Jara, ela é acusada de empurrar Nikolas Ferreira durante um confronto pela retomada do controle do plenário. A assessoria da deputada nega qualquer agressão, alegando que houve um “empurra-empurra” no qual Jara afastou Nikolas, que teria se desequilibrado.
Fonte: Agência Brasil