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Padilha condena cancelamento de vistos de esposa e filha e critica articulação de Eduardo Bolsonaro nos EUA
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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou como “ato covarde” a decisão dos Estados Unidos de cancelarem os vistos de sua esposa e de sua filha de 10 anos. Padilha, cujo visto está vencido desde 2024 e, portanto, não foi alvo da medida, tomou conhecimento da sanção por meio de uma mensagem enviada por sua esposa enquanto cumpria agenda em Pernambuco nesta sexta-feira (15).

“Estou absolutamente indignado. É uma atitude de covardia”, disse Padilha (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em entrevista à Globonews, o ministro expressou indignação e questionou a medida, apontando a articulação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que vive nos Estados Unidos e tem se reunido com membros do governo norte-americano para pressionar o Brasil, especialmente o Supremo Tribunal Federal (STF), a fim de evitar o julgamento de seu pai por tentativa de golpe de Estado. “As pessoas que fazem isso e o clã Bolsonaro, que orquestra isso, têm que explicar. Não para mim, nem só para o Brasil, mas para o mundo inteiro: qual o risco de uma criança de 10 anos de idade pode ter para o governo americano?”, declarou Padilha. “Estou absolutamente indignado. É uma atitude de covardia”, completou.

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Padilha acusou Eduardo Bolsonaro e aliados de montarem “ um verdadeiro escritório do lobby da traição nos Estados Unidos”. Ele também destacou que sua filha “ sequer tinha nascido quando eu criei o programa Mais Médicos, com muito orgulho. Eu criei com muito orgulho”, referindo-se ao programa lançado em 2013, durante o governo Dilma Rousseff, quando era ministro da Saúde. O Mais Médicos, que atende regiões remotas com escassez de profissionais, contou com a participação de médicos cubanos entre 2013 e 2018, por meio de cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

O cancelamento dos vistos de familiares de Padilha ocorre no contexto de uma ação do Departamento de Estado dos EUA, que, nesta semana, revogou os vistos de servidores brasileiros ligados ao Mais Médicos. Entre os afetados estão Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais da pasta e atual coordenador da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30). O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, justificou a medida alegando que os servidores teriam contribuído para um “ esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano” por meio do programa.

Padilha questionou a seletividade da sanção, apontando que o Brasil não mantém mais parcerias com médicos cubanos, enquanto outros países, como a Itália, governada por Giorgia Meloni, aliada de Trump, continuam com esses acordos sem receber críticas ou punições. “ Qual é a explicação para não ter qualquer tipo de sanção, qualquer crítica a esses outros países [que continuam com a parceria com os médicos cubanos]. Vem fazer uma sanção aqui no Brasil contra servidores brasileiros, contra a família do ministro da Saúde, contra uma criança de 10 anos, sendo que a gente não tem mais parceria com médicos cubanos”, criticou o ministro.

Com informações da Agência Brasil.

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