A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), minimizou o rompimento formal da Federação União Progressista (UP), formada pelos partidos União Brasil e Progressistas (PP), nessa terça-feira (2), com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A federação determinou que todos os filiados detentores de mandatos renunciem a cargos no Executivo federal em até 30 dias. A decisão, comunicada pelos presidentes Antonio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP) em uma declaração na Câmara dos Deputados, representa um duro golpe à base aliada de Lula, com a federação possuindo a maior bancada do Congresso Nacional, totalizando 109 deputados federais.
A medida afeta diretamente ministros como Celso Sabino (Turismo, União Brasil-PA) e André Fufuca (Esportes, PP-MA), além de outras indicações, como o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes (União Brasil), e o secretário de Comunicação Social, Frederico de Siqueira (União Brasil), ligados ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O PP também controla a presidência da Caixa Econômica Federal, ocupada por Carlos Vieira, indicado pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
Antonio Rueda, presidente do União Brasil, justificou a ruptura como um “gesto de clareza e coerência”, afirmando: “Essa decisão representa um gesto de clareza e coerência. É isso que o povo brasileiro e os eleitores exigem de seus representantes”. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que defendia o desembarque há meses, celebrou a decisão, destacando o reposicionamento da federação em oposição ao governo federal.
Do lado do governo, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), minimizou o impacto via redes sociais, declarando: “Respeitamos a decisão da direção da Federação UP. Ninguém é obrigado a ficar no governo. Também não estamos pedindo para ninguém sair. Mas quem fica tem que ter compromisso com o presidente Lula e com as pautas principais que esse governo defende, como justiça fiscal, democracia e estado de direito, nossa soberania. Precisa trabalhar conosco pela aprovação da agenda do governo no Congresso Nacional. Isso vale para quem tem mandato e quem não tem, inclusive quem indica pessoas para cargos no governo, seja na administração direta, indireta ou regional”. O presidente Lula, por sua vez, comentou a aliados que foi eleito em 2022 sem o apoio do centrão e planeja buscar alianças regionais para mitigar o impacto no Congresso.