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PF deflagra operação contra desvios em compra de cestas básicas e governador do Tocantins é afastado do cargo
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A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (3) a segunda fase da Operação Fames-19, com o objetivo de aprofundar as investigações sobre um suposto esquema de desvio de recursos públicos na compra de cestas básicas pelo governo do Tocantins durante a pandemia de Covid-19. Como resultado, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) foi afastado do cargo por 180 dias, conforme apurado pela TV Anhanguera.

Governador Wanderlei Barbosa foi afastado do cargo por 180 dias (Foto: Ademir dos Anjos/Governo do Tocantins)

Mais de 200 policiais cumprem 51 mandados de busca e apreensão e outras medidas cautelares em Palmas (TO), Araguaína (TO), Distrito Federal, Paraíba e Maranhão. O foco é reunir novos elementos sobre o uso de emendas parlamentares e o recebimento de vantagens indevidas por agentes públicos e políticos. As investigações, que tramitam sob sigilo no Superior Tribunal de Justiça, apontam fortes indícios de um esquema de desvio entre 2020 e 2021, quando os investigados teriam se aproveitado do estado de emergência em saúde pública e assistência social para fraudar contratos de fornecimento de cestas básicas e frangos congelados.

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Foram pagos mais de R$ 97 milhões em contratos, com prejuízo aos cofres públicos estimado em mais de R$ 73 milhões. Segundo a apuração, os valores desviados teriam sido ocultados por meio da construção de empreendimentos de luxo, compra de gado e pagamento de despesas pessoais dos envolvidos.

A reportagem entrou em contato com o Palácio Araguaia e a Assembleia Legislativa do Tocantins, onde estão sendo cumpridos mandados, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. A defesa de Wanderlei Barbosa ainda não foi localizada.

A operação investiga desvios na contratação de empresas que forneceram e transportaram cestas básicas para pessoas em vulnerabilidade social durante o período pandêmico. Na época, as contratações foram feitas pela Secretaria de Trabalho e Ação Social (Setas) sem licitação, já que estava em vigor um decreto estadual liberando esse tipo de burocracia para executar de forma mais rápida serviços à população.

Os contratos do governo do Tocantins investigados pela PF e STJ envolvem a compra de pelo menos 1,6 milhão de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19 no estado, entre 2020 e 2021. A suspeita da polícia é de que os contratos, que chegavam a quase R$ 5 milhões, foram pagos, mas nem todas as cestas foram entregues à população. Na época, as compras de alimentos e aluguel de caminhões que fizeram a distribuição em todo estado foram realizadas sem licitação, considerando o decreto de emergência estadual.

Com informações dos portais g1 e CNN.

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