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Apoiadores de Bolsonaro pedem anistia e homenageiam EUA em atos pelo 7 de Setembro
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No feriado da Independência, neste domingo (7), apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizaram manifestações em várias cidades brasileiras sob o mote “reaja, Brasil”, pedindo anistia para condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e por crimes contra a democracia. Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar e inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político, enfrenta julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes, com possível pena de até 43 anos de prisão. O julgamento, iniciado na terça-feira (2), deve ser concluído até sexta-feira (12).

Bolsonaristas abriram bandeira dos Estados Unidos na Avenida Paulista
Bolsonaristas abriram bandeira dos Estados Unidos na Avenida Paulista (Foto: Reprodução/TV Globo)

Em São Paulo, manifestantes se reuniram na Avenida Paulista, exibindo uma bandeira gigante dos Estados Unidos e cartazes em inglês pedindo que o presidente americano, Donald Trump, pressione o STF para livrar Bolsonaro de punições. Faixas também defendiam o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) discursou no carro de som, atacando o STF e Moraes, cobrando a aprovação da anistia no Congresso e defendendo a candidatura de Bolsonaro em 2026: “Deixa o Bolsonaro ir para a urna, qual o problema? Ele é o nosso candidato”. Tarcísio, cotado para disputar a Presidência, puxou gritos de “anistia já” para pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

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O ato na Paulista foi convocado pelo pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, investigado por coação para interferir no julgamento de Bolsonaro. Também discursaram a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara.

No Rio de Janeiro, manifestantes se concentraram na praia de Copacabana, com cartazes e bandeiras pró-anistia e pró-Trump, além de palavras de ordem contra o STF e Moraes. No carro de som, discursaram o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o governador Cláudio Castro e o deputado Alexandre Ramagem (PL), também réu no STF por golpe de Estado.

Outras capitais registraram atos semelhantes. Em Recife, manifestantes na Avenida Boa Viagem exibiram um “pixuleco” de Trump e pediram anistia. Em São Luís, uma motociata e carreata levaram bandeiras do Brasil, Israel e EUA. Em Brasília, as mensagens focaram na anistia e em pressão dos EUA sobre o STF. Em Uberlândia e Juiz de Fora (MG), cartazes criticavam Lula e Moraes, enquanto em Maceió, manifestantes com faixas de “Anistia Já” e “Fora Moraes” seguiram um trio elétrico. Em Goiânia, o ato “Reaja, Goiânia”, organizado pelo PL, reuniu participantes com placas pedindo “fora Lula”, “anistia já”, “respeito à constituição” e “por Deus, pátria e família”.

Em resposta, movimentos e partidos de esquerda organizaram protestos, com destaque para um ato no Centro de São Paulo que reuniu 8,8 mil pessoas, segundo o Monitor do Debate Político do Cebrap e USP, em parceria com a More in Common. O governo Lula é contra qualquer proposta de anistia, e o presidente pediu mobilização social para barrá-la.

A discussão sobre a anistia ganha força na Câmara, com o PL e o Centrão (União Brasil e PP) pressionando Hugo Motta, que ainda não colocou o tema em votação. Tarcísio de Freitas esteve em Brasília para convencer Motta. Há divergências sobre o alcance da anistia: aliados de Bolsonaro defendem uma anistia geral, enquanto o Senado discute uma proposta alternativa que exclui o ex-presidente e reduz penas de outros condenados, sem anulação.

Com informações do portal g1.

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7 de setembro