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Presidente da Câmara de Cabedelo vota contra reajuste no IPTU com benefício à população mais pobre; projeto avança
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A Câmara Municipal de Cabedelo aprovou nesta terça-feira (16) um projeto de lei que atualiza a Planta Genérica de Valores (PGV) e promove uma reestruturação gradual no cálculo do IPTU, visando corrigir distorções históricas que beneficiavam imóveis de alto padrão e prejudicavam residências mais humildes. A última atualização da PGV remontava a 1996, há quase 30 anos, apesar da obrigação legal de revisões a cada quatro anos – uma iniciativa da gestão anterior que não avançou.

Presidente da Câmara de Cabedelo, vereador Edvaldo Neto foi contra mudança que beneficia população mais pobre
Presidente da Câmara de Cabedelo, vereador Edvaldo Neto foi contra mudança que beneficia população mais pobre (Foto: Reprodução/YouTube)

A medida propõe um reajuste escalonado ao longo de 12 anos para minimizar impactos no orçamento dos moradores. Uma emenda aprovada pela Câmara limitou o aumento anual a 70% do valor do exercício anterior. Com a nova estrutura:

  • Quase 50% dos imóveis terão reajuste de no máximo 25%;
  • Mais de 53% dos imóveis terão ajuste de apenas 0,4%;
  • Os maiores aumentos afetarão proprietários de imóveis subavaliados, especialmente em áreas valorizadas, que pagavam valores desproporcionalmente baixos.

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Exemplos de distorções corrigidas incluem famílias em bairros populares, como o Centro de Cabedelo, que pagam entre R$ 600 e R$ 700 de IPTU, enquanto condomínios de luxo à beira-mar desembolsam apenas R$ 208,50. Há casos de terrenos em áreas nobres com valor venal de R$ 3 mil a R$ 8 mil, apesar de avaliações de mercado chegarem a R$ 2 milhões. Mesmo com a atualização, a Prefeitura projeta que o IPTU médio em Cabedelo continuará até 10 vezes menor que o de João Pessoa.

O único voto contrário veio do presidente da Câmara, Edvaldo Neto (Avante), que, apesar de reconhecer o mérito da proposta, optou por se posicionar contra. “Não estou dizendo que não é justiça fiscal, não estou dizendo que não é justo. Pelo contrário, estou dizendo que é justo”, alegou.

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